27.07.2020 Views

Assassin's Creed Submundo - Português

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Abberline conteve a respiração. Ora, se não era seu velho amigo Sr. Hardy. O

torturador estava de costas para ele, mas mesmo assim era ele, sem sombra de dúvida.

Abberline observou o Sr. Hardy trocar olhares com um dos operários e dar-lhe uma

piscadela.

A armadilha estava prestes a ser ativada.

Abberline começou a andar mais depressa em direção ao estacionamento. Não se

importava mais com homens de manto nem se eles estavam do lado bom ou do mau. O

que importava para ele era mandar um cumprimento de Aubrey para o Sr. Hardy. Tinha o

cassetete na mão enquanto abria passagem pela multidão e depois pulava a cerca do

estacionamento das carruagens. Ziguezagueou por entre as carruagens estacionadas. Mais

uma vez ficou feliz por estar com o uniforme de policial quando um dos operários que se

aproximava viu-o e deu meia-volta, fingindo interesse em alguma coisa atrás de si. Agora

ele estava a pouca distância de Hardy, e o torturador ainda estava de costas para ele, ainda

observando o homem de manto. O que ele e o homem de manto tinham em comum é

que ambos consideravam-se o caçador e não a presa, e foi por isso que Abberline

conseguiu surpreender Hardy por trás sem ser notado.

– Com licença, senhor, mas posso perguntar o que está fazendo no estacionamento

das carruagens?

– Negócios – respondeu Hardy, virando-se. – Não é da sua maldita conta o que eu...

Ele não chegou a dizer a palavra “estou”.

Aliás, ele não voltaria a dizer a palavra “estou” novamente, porque Abberline bateu o

cassetete em sua cabeça com toda a força que pôde. Foi um ataque poderoso, indigno de

um representante da lei, porém Abberline agora tinha parado de pensar como um

representante da lei. Estava pensando nas semanas de dor. Estava pensando nas cicatrizes

deixadas pelas soqueiras de metal. Estava pensando em um homem que tinha sido

abandonado como morto. E bateu com aquele cassetete com toda a sua força, e no

instante seguinte o Sr. Hardy estava com a boca cheia de sangue e dentes, caído na terra a

seus pés.

À sua direita, Abberline avistou um operário poderoso que vinha até ele, com os

dentes à mostra e um porrete em uma das mãos. Viu outros operários se aproximando

também, mas, por entre as carruagens, Abberline avistou o homem de manto, que

percebeu a confusão às suas costas e começava a se virar, tenso. Ao mesmo tempo,

Abberline sentiu o porrete do operário em sua têmpora e aquilo o derrubou,

desorientado, com os olhos lacrimejando e a cabeça estourando de dor, a pouca distância

de onde o Sr. Hardy já estava se pondo de joelhos, com o queixo num ângulo esquisito e

os olhos inflamados de fúria – e um punhal que cintilou na escuridão em direção a

Abberline.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!