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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

10<br />

F.D.: Eu concordo com G.E. que nós estamos dando murro em ponta de faca. Nós<br />

estamos lutando contra tudo isso, por isso é que o papel do professor, hoje, é muito difícil. É<br />

muito difícil ser professor. O papel do professor é lutar contra os valores ruins e muitos estão<br />

despreparados.<br />

Neste sentido, mais que lamentar-se, é indispensável que a categoria docente<br />

organize-se e questione-se conscientemente em relação ao sistema, ao seu trabalho e à formação<br />

“recebida”: somos assim? Nosso trabalho está criando indivíduos adequados a esses parâmetros?<br />

Estamos conscientemente “produzindo” indivíduos para servirem à sociedade capitalista ou o<br />

fazemos inconscientemente, manipulados também por essa sociedade e por esses valores que<br />

conscientemente é provável que não sejam os nossos?<br />

F.J. - O problema começou porque a gente começou a sempre jogar a culpa nos<br />

outros. Alguém é culpado de alguma coisa. Mas eu acho que grande parcela é responsabilidade<br />

nossa, sim. A má formação do professor influencia demais. A gente percebe a formação ruim do<br />

professor, a má formação. Acontece o seguinte. Nós temos vários professores que hoje criticam<br />

que o aluno não aparece na escola e no fim do ano passa. Só que o professor esquece que é<br />

oriundo de um curso vago. Muitos também foram fazer curso vago, também não foram na escola<br />

e também passaram e, pior, acho que o aluno que falta à escola faz mal pra ele, o professor que<br />

faz um curso mal feito, de fim de semana, de qualquer jeito, faz mal pra uma geração, porque vai<br />

dar aula.<br />

O maior ponto fraco que eu vejo na escola é a falta de interesse de<br />

alguns colegas – muitos dizem “não faz isso, não. Não vai te render.<br />

Fazer pra quê?”. Não só dos que estão começando, mas o comodismo<br />

de quem já está. (O.S.)<br />

Reivindicar autonomia requer consciência de seu trabalho, responsabilidade em<br />

desempenhá-lo com qualidade e intencionalidade em suas ações. É importante criarmos um<br />

ambiente, não livre das “leis” capitalistas, mas ao menos consciente e formador.<br />

A “cultura pedagógica” posta ao professor quando entra na profissão pode ser<br />

continuada ou transformada. O trabalho individual a reproduz, a ação coletiva a modifica.<br />

É imprescindível e urgente, por fim, que a escola deixe de se enxergar como “braçal”<br />

das instâncias superiores, apenas cumprindo ordens. A comunidade escolar precisa se organizar<br />

e organizar discussões e debates internos para o ajuste de pontos conflituosos dos integrantes<br />

do corpo docente e da direção a fim de que o trabalho do grupo docente se torne, realmente, um<br />

trabalho de equipe.<br />

Ponto forte é o corpo docente e a união. Ponto fraco é a submissão às leis atuais<br />

de ensino que vêm de uma forma verticalizada através das <strong>DE</strong>s. (E.D.)<br />

Imprescindível e urgente, também, é que os professores façam uso real e<br />

consciente de suas entidades representativas – tanto sindicatos quanto Conselhos (de Escola,<br />

de Classe, Associação de Pais e Mestres, entre outros). Sua constituição como sujeito histórico<br />

responsável por sua história e de seu entorno requer um comprometimento efetivo com sua<br />

Formação Contínua.<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO

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