POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
Os resultados dessa política de formação precária para atender as necessidades de formação do<br />
educador serão usados como justificativa para aplicação de novas políticas de desrespeito e<br />
desvalorização do docente atendendo a ambição insaciável do capitalismo pela racionalização de<br />
recursos.<br />
A ênfase em demasia dada à prática no curso Normal Superior é evidente em nossos<br />
estudos, e esta é uma tendência dos cursos de formação de professores, incentivada pela política<br />
proposta na legislação educacional.<br />
O curso Normal Superior em relação ao curso Pedagogia tem objetivos mais<br />
restritos voltados à formação de conteúdos, pedagógica e científica, ou seja, há uma preocupação<br />
maior com a formação do aluno para o exercício da profissão docente. Freitas (2003, p.1117)<br />
afirma que a formação específica para o trabalho reforça “o caráter técnico-instrumental do trabalho<br />
docente – o que e como ensinar” adequando o conhecimento aos princípios de produtividade e<br />
eficiência do mercado. O curso de Pedagogia propõe os seus objetivos tendo em vista a formação<br />
do aluno enquanto ser social.<br />
O nível de formação dos professores que atuam nos dois cursos é bem diferente,<br />
sendo que os professores do curso de Pedagogia, por serem de uma instituição pública,<br />
apresentaram elevado nível de formação em relação ao curso Normal Superior, instalado em uma<br />
instituição privada.<br />
A carga horária do curso de Pedagogia analisado é de 3 200 horas, com duração<br />
prevista de 4 anos, a carga horária do curso Normal Superior é de 2 800 horas, com duração de<br />
3 anos.<br />
Identificamos que os professores do curso Normal Superior têm dificuldades para<br />
realizar pesquisas. Os professores de instituições privadas são, em sua grande maioria,<br />
contratados em regime parcial, comprometendo o seu trabalho e a possibilidade de incentivar e<br />
colocar os seus alunos em contato com a produção do conhecimento, e este é um problema em<br />
cadeia na educação, pois influencia também na limitação do trabalho docente que será exercido<br />
nas escolas e no modo como o aluno aprende, apenas reproduzindo e não produzindo o<br />
conhecimento.<br />
Quando avaliamos o baixo nível de qualidade de formação docente nos cursos que<br />
se dedicam a tal função, percebemos que esse rebaixamento indecente é consentido por lei. As<br />
instituições que oferecem o curso Normal Superior não agem ilegalmente quando propõem a<br />
formação específica de professores em um curso de apenas três anos, com frágil fundamentação<br />
teórica, pois a lei lhes dá amparo. Tal situação nos leva a pensar que as concepções dos<br />
propositores de políticas de formação docente, atreladas às concepções das instituições de ensino<br />
que lidam com a formação de professores, são determinantes na qualidade dos cursos oferecidos.<br />
A formação de professores para a educação infantil e os anos iniciais do ensino<br />
fundamental é consentida tanto ao curso de Pedagogia quanto ao curso Normal Superior. No<br />
início de implantação do curso Normal Superior havia uma tendência de reprodução do currículo<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />
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