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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

PROGRESSÃO CONTINUADA:<br />

QUAL CONSTRUTIVISMO ESTÁ EM JOGO?<br />

MASSABNI, Vânia Galindo (ESALQ/USP); RAVAGNANI,<br />

Maria Cecília Arantes Nogueira (UNIP); CHAKUR, Cilene Ribeiro de Sá Leite (UNESP)<br />

A Progressão Continuada foi implementada como política educacional nas escolas<br />

de Ensino Fundamental do Estado de São Paulo em 1997, portanto, há dez anos. Mas eliminar a<br />

Progressão Continuada nas escolas estaduais já foi assunto até entre candidatos ao governo, em<br />

recente campanha eleitoral. Também há quem sugira a diminuição da duração dos Ciclos de<br />

escolas que adotam a Progressão Continuada como forma de aumentar os momentos de avaliação<br />

e reverter os maus resultados do ensino básico no Estado de São Paulo em avaliações oficiais.<br />

Os Ciclos e a Progressão Continuada voltam à tona também em jornais e na revista<br />

Nova Escola, publicação dirigida aos professores. Nesta, o artigo de Menezes (2007) discute o<br />

ensino organizado em séries e em Ciclos, discussão esta que, segundo o autor, beira o emocional.<br />

É, então, o momento de rever e analisar os argumentos que sustentam a proposta da Progressão<br />

Continuada, verificando se a mesma se apóia ou não no Construtivismo piagetiano, a teoria<br />

psicológica que, há 30 anos, vem sendo utilizada explicitamente como fundamento de propostas<br />

educacionais oficiais e conteúdo permanente de cursos de formação de professores.<br />

Abordaremos, inicialmente, como a Progressão Continuada foi gestada no cenário<br />

educacional. Em seguida, buscaremos analisar certos argumentos dessa proposta e compará-<br />

los com pressupostos da teoria piagetiana.<br />

A IDÉIA <strong>DE</strong> PROGRESSÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA<br />

A idéia de progressão continuada não é nova: progressão automática, avanço da<br />

aprendizagem, promoção automática, promoção por avanços progressivos, promoção continuada<br />

são todas denominações observadas em propostas educacionais pensadas ao longo da história<br />

educacional brasileira, que previam o avanço do aluno na escolarização sem reprovação.<br />

Segundo estudo de Carvalho (1988), um dos números da Revista Brasileira de<br />

Estudos Pedagógicos publicou, em 1954, os resultados de uma pesquisa sobre a evasão escolar<br />

de alunos no ensino primário fundamental, no Brasil todo, com dados de 1945 a 1951, em que se<br />

notava a superioridade dos sistemas de ensino de São Paulo e do Rio Grande do Sul, em função<br />

do índice de evasão e repetência desses dois Estados comparados com outros. Na ocasião,<br />

Anísio Teixeira era Diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), entidade<br />

responsável pela publicação da revista. Em nota prévia ao artigo, ele comenta os malefícios<br />

econômicos e didáticos do regime de graduação rígida e inadequada da escola primária, mostrados<br />

pelo estudo. O autor propõe uma escola universal para todos, que se adapte aos alunos e não que<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />

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