POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
APROXIMAÇÕES PARA UMA RELAÇÃO ENTRE A DIMENSÕES TEÓRICA E<br />
PRÁTICA DO CONHECIMENTO<br />
Na constituição do perfil do pedagogo advogamos que se deva assegurar o domínio<br />
de conhecimentos pedagógicos que abarquem um conjunto de construções teóricas a partir das<br />
quais vão sendo adquiridas “[...] posturas de compromisso, de engajamento, de crítica e de<br />
envolvimento com o mundo e com a profissão.” (FRANCISCO, 2006, p. 38).<br />
Quando falamos em conhecimentos pedagógicos buscamos superar a suposição<br />
de que a teoria deva prevalecer sobre a prática na formação do pedagogo, ou vice-versa. O que<br />
estamos a realçar, assim como Francisco (2006, p. 41), é que os conhecimentos teóricos devem<br />
fundamentar todo o processo de formação do pedagogo a se articular com a prática, de maneira<br />
que o futuro pedagogo construa sua identidade, seu modo de ser professor, por exemplo, sem o<br />
apelo a receitas prontas ou modismos.<br />
O grande desafio dos cursos de Pedagogia parece-nos estar centrado no<br />
compromisso de formar sujeitos capazes de produzir ações e saberes, sujeitos conscientes do<br />
seu compromisso social e político, desde esse primeiro momento de formação inicial, pelos<br />
processos de investigação em que eles devam inserir-se. Não se trata, como é possível<br />
percebermos, de formar profissionais com esse ou aquele conjunto de habilidades e competências.<br />
O desafio é proporcionar um movimento em direção à apropriação do saber e do despertar da<br />
consciência e condição profissional pelo próprio sujeito e no âmbito desse movimento.<br />
Nesse sentido, o pedagogo encontrará campo fértil de atuação, tendo em vista que<br />
o conhecimento por ele apropriado responderá à condição de ser, ao mesmo tempo, integrador e<br />
disponibilizador de possibilidades de produção, por ele mesmo, de ações e saberes profissionais.<br />
Em se tratando dos saberes dos pedagogos, é possível falarmos em saberes pedagógicos que<br />
estariam a disponibilizar conhecimentos sobre a condução, a criação e a transformação das<br />
ações nos vários âmbitos.<br />
Hoje, reconhecemos a existência de vários dos novos âmbitos ou, como<br />
privilegiamos aqui denominar de novas áreas de atuação do pedagogo, além daquelas em que<br />
tradicionalmente (área escolar) em ele se fazia presente.<br />
Algumas dessas novas áreas de atuação podem ser aqui apontadas, como:<br />
educação ambiental; educação preventiva na área da saúde – em unidades básicas, centros de<br />
saúde e hospitais; educação em presídios; em instituições para menores abandonados, órfãos e/<br />
ou infratores; atuação em empresas e indústrias; educação indígena; educação em acampamentos<br />
ou assentamentos agrários; educação de produtores rurais em associações, sindicatos,<br />
cooperativas; educação em associações de bairro; grupos de terceira idade; educação de crianças<br />
em situação de risco, conselhos tutelares; e demais centros produtivos.<br />
Para discutirmos sobre a presença em todos esses e em outros processos<br />
produtivos, nos apropriamos, como exemplo, das reflexões de Alaniz (2004), sobre três aspectos<br />
que essa pesquisadora julgou serem constitutivos da especificidade do trabalho do pedagogo: a<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />
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