12.04.2013 Views

POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Políticas de formação docente<br />

após consultá-los por questionário e entrevistá-los 2 . Na entrevista, identificamos que estes<br />

professores entendiam haver um processo construtivo em sala de aula e tentavam por em prática<br />

o que entendiam por Construtivismo, embora nenhum se considerasse um “professor<br />

construtivista”.<br />

132<br />

Observamos de 15 a 30 aulas de 5 a a 8 a séries em 4 escolas públicas diferentes,<br />

onde atuava cada um dos professores, parando as observações quando a rotina não apresentava<br />

mais novidades. Em cada classe, apresentávamos a pesquisa e pedíamos a concordância dos<br />

alunos para observação. Conversas esporádicas com os professores permitiram indagar como<br />

relacionavam o que faziam com o Construtivismo. Registramos as aulas em um caderno de<br />

campo, anotando por Registro Contínuo as ocorrências e impressões. Nestes registros,<br />

selecionamos passagens coerentes com o Construtivismo.<br />

CARACTERÍSTICAS DA PRÁTICA <strong>DOCENTE</strong>: O TRABALHO COTIDIANO DOS<br />

PROFESSORES E O CONSTRUTIVISMO<br />

Cada professor tem uma rotina pessoal para desempenhar as atividades em sala<br />

de aula. Esta caracterização foi fundamental para entender a prática do professor, identificando<br />

oportunidades e o contexto real em que idéias construtivistas são ou não postas em prática pelos<br />

docentes observados.<br />

A rotina de uma das professoras, que chamaremos Leila, se mostrou diferenciada,<br />

pois, ao contrário dos demais, utilizava pouco a cópia da lousa e a aula expositiva e, com freqüência,<br />

propunha a análise de textos não-didáticos (como os jornalísticos) e a criação de desenhos (por<br />

exemplo, os alunos desenharam na lousa um ambiente propício a propagação da dengue, que ia<br />

sendo analisado pela professora). Muitas vezes ela colocava os alunos para trabalharem em<br />

grupo em resumos e debates para posterior exposição oral. Nem sempre os alunos entendiam o<br />

que era esperado deles na tarefa, solicitando constantemente a ajuda de Leila, o que causava<br />

dispersão e dificuldade em conduzir a classe. Piaget (1998) ressalta a atividade em grupo como<br />

forma de propiciar a cooperação necessária para o desenvolvimento da autonomia intelectual e<br />

moral.<br />

Nas aulas de Marli e Júlia, a atividade de cópia era predominante. Por exemplo, em<br />

dia de aula dupla, Marli chegou a completar “10 lousas” com informações e figuras para alunos de<br />

5 a série copiarem; como eles permaneciam copiando, a aula se tornava pouco dinâmica. A própria<br />

professora disse que iria diminuir a “matéria”, trabalhando melhor o conteúdo de cada aula, pois<br />

notou que os alunos aprendiam mais assim. Em sua atividade, a cópia se justifica, em parte, pelo<br />

contexto em que trabalhava (escola municipal de periferia), pois não haviam livros ou outros textos<br />

para os alunos utilizarem e eles estavam redigindo um “Livrinho de Astronomia”.<br />

O Construtivismo não condena a cópia como atividade que, na escola, tem o seu<br />

significado, como o treinamento motor da escrita. Piaget esclarece que, no âmbito da<br />

Psicogenética, o conhecimento não é cópia da realidade.<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!