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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

(MOREIRA, 2007): foi feita de fora para dentro, de cima para baixo, gestada em instâncias<br />

superiores.<br />

122<br />

Aos professores, coube reinventar a prática a que se habituaram,<br />

para entendê-la, no cotidiano, sob nova forma: tem-se o poder de<br />

avaliar o aluno, mas não o de reprová-lo. Aliás, a expressão promoção<br />

automática é muito utilizada pelos professores (não sem razão, pois<br />

este termo aparece ao longo da história, nas tentativas de implementar<br />

esta política). Na prática, a Progressão Continuada é associada pelos<br />

professores a “passar de ano”, independente do rendimento do aluno<br />

na série anterior (RAVAGNANI, 2001).<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM NA PROGRESSÃO CONTINUADA: OS<br />

ARGUMENTOS <strong>DE</strong> BASE PSICOLÓGICA<br />

Um dos argumentos apresentados pela proposta de Progressão Continuada é<br />

que há resistências ao que já se comprovou cientificamente, ou seja, de que toda criança é<br />

capaz de aprender, se lhe forem oferecidas condições de tempo e recursos para que exercite<br />

suas competências ao interagir com o conhecimento (CAMARGO, 1999).<br />

Este argumento recorre claramente à Ciência como legitimadora. Esta Ciência,<br />

ao que tudo indica, é a Psicologia. Os estudos de Piaget sobre o desenvolvimento da inteligência<br />

ilustram essa idéia de que a criança aprende a aprender e que esta capacidade é inerente ao ser<br />

humano. A premissa de que há um desenvolvimento cognitivo que a escola deve respeitar é um<br />

dos cernes da proposta de Progressão (SÃO PAULO, 1998).<br />

Na Progressão Continuada, a avaliação aparece como o eixo da proposta. Mas é<br />

outra a visão de avaliação. Sua finalidade não é reter o aluno e ressaltar suas deficiências, mas<br />

procurar o que não foi compreendido, identificar falhas, regulando o processo de ensino e<br />

aprendizagem. De acordo com Oliveira (2000), esta é uma proposta de inclusão escolar,<br />

“valorizando o acolhimento das diferenças e não as convertendo em deficiências”. As idéias de<br />

diferença e deficiência têm sido discutidas especialmente nos estudos de Psicologia da Educação<br />

sobre as causas do fracasso escolar, tema este recorrente nas pesquisas e publicações<br />

(CARRAHER & SCHLIEMANN, 1983; CHAKUR & RAVAGNANI, 2001; PATTO, 1996).<br />

Dos muitos estudos sobre os Ciclos e a Progressão Continuada, poucos são os<br />

que abordam os aspectos psicológicos neles implicados. Em seu levantamento, Mainardes (2006)<br />

identificou 147 textos sobre os Ciclos no Brasil de 1987 a 2004, mas apenas 6 textos são incluídos<br />

pelo autor na categoria “aspectos psicológicos”. Segundo ele, discute-se, nesta categoria, a<br />

expansão do tempo para a aprendizagem e a importância de que os estágios de desenvolvimento<br />

humano sejam observados.<br />

Segundo a proposta de Progressão Continuada, é impossível a criança retroceder<br />

em seus conhecimentos, daí a idéia de que a construção contínua de conhecimentos, em um<br />

ritmo próprio a cada um, deva ser respeitada na escola. O Ciclo, em tese, daria mais tempo para<br />

a aprendizagem e para o ritmo individual. Respeitar o ritmo de aprendizagem do aluno é funda-<br />

mental na Progressão Continuada.<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO

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