POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
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Pimenta e Lima (2004, p.157), ainda ao tratarem da sala de aula como espaço de<br />
conhecimento compartilhado, destacam que:<br />
[...] juntamente com seu saber, sua cultura individual e coletiva, o professor leva<br />
consigo para a sala de aula sua história de vida e sua visão de mundo. A forma de conduzir os<br />
conhecimentos específicos de sua área de estudo, a relação com os alunos e a avaliação que<br />
utiliza passam pela visão de ciência que possui, pela concepção de aluno, de escola e de educação<br />
que acumulou no decorrer das experiências vivenciadas.<br />
Podemos constatar com os estudos de Pimenta e desta com Lima uma grande<br />
ênfase em expandir a compreensão da complexidade que é o exercício da docência que não pode<br />
ser simplificado pela transferência mecânica de teorias científicas.<br />
Assim sendo, com as contribuições desses estudos na ampliação do conceito de<br />
docência podemos também ampliar o entendimento epistemológico da pedagogia como campo<br />
de conhecimento que tem entre suas diferentes áreas de investigação a docência como a princi-<br />
pal. Assim, para justificar a ampliação do conceito da pedagogia a partir do novo paradigma da<br />
docência recorreremos a um argumento contundente de Saviani (1988, p.6) ao relacionar a<br />
educação escolar com a educação extra-escolar:<br />
A educação escolar representa [...], em relação à educação extra-escolar, a forma<br />
mais desenvolvida, mais avançada. E como é a partir do mais desenvolvido que se pode<br />
compreender o menos desenvolvido e não o contrário, é a partir da escola que é possível<br />
compreender a educação em geral e não o contrário.<br />
Do mesmo modo, podemos argumentar que a pedagogia como teoria da educação<br />
está mais avançada ao estudar a educação escolar do que a educação de modo geral, até mesmo<br />
porque “é na escola que o pedagógico tem lugar de forma mais explícita” (Libâneo, 1990, p.7). À<br />
medida que o cerne da educação escolar é a docência, como articuladora do processo de ensino-<br />
aprendizagem que ocorre na sala de aula, a pedagogia escolar tem nela a sua referência princi-<br />
pal.<br />
O PEDAGOGO<br />
Tratando-se de um conhecimento da e para a prática, a pedagogia manifesta-se,<br />
portanto, na ação do agente educativo. O pedagogo é neste caso o referido agente. Nesse sentido,<br />
é importante evidenciar que nenhum pedagogo materializa todo o conhecimento da pedagogia.<br />
Nem mesmo o conjunto de pedagogos pode expressar a sua materialização. À medida que a<br />
pedagogia como campo de conhecimento prático não se reduz a um acervo teórico catalogado,<br />
finito e estático, que possa ser totalmente transmitido e assimilado por alguém, nenhum pedagogo<br />
pode representar a formatação desse conhecimento.<br />
Mais do que isso, se a pedagogia é um campo de conhecimento sobre e na<br />
educação, toda a sua teoria toma vida na ação educativa ao se reportar ao princípio da prática.<br />
Analogamente à explicação de Hanna Arendt, citada por Sacristán (1999, p.31), de que “a ação<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
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