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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

98<br />

Pimenta e Lima (2004, p.157), ainda ao tratarem da sala de aula como espaço de<br />

conhecimento compartilhado, destacam que:<br />

[...] juntamente com seu saber, sua cultura individual e coletiva, o professor leva<br />

consigo para a sala de aula sua história de vida e sua visão de mundo. A forma de conduzir os<br />

conhecimentos específicos de sua área de estudo, a relação com os alunos e a avaliação que<br />

utiliza passam pela visão de ciência que possui, pela concepção de aluno, de escola e de educação<br />

que acumulou no decorrer das experiências vivenciadas.<br />

Podemos constatar com os estudos de Pimenta e desta com Lima uma grande<br />

ênfase em expandir a compreensão da complexidade que é o exercício da docência que não pode<br />

ser simplificado pela transferência mecânica de teorias científicas.<br />

Assim sendo, com as contribuições desses estudos na ampliação do conceito de<br />

docência podemos também ampliar o entendimento epistemológico da pedagogia como campo<br />

de conhecimento que tem entre suas diferentes áreas de investigação a docência como a princi-<br />

pal. Assim, para justificar a ampliação do conceito da pedagogia a partir do novo paradigma da<br />

docência recorreremos a um argumento contundente de Saviani (1988, p.6) ao relacionar a<br />

educação escolar com a educação extra-escolar:<br />

A educação escolar representa [...], em relação à educação extra-escolar, a forma<br />

mais desenvolvida, mais avançada. E como é a partir do mais desenvolvido que se pode<br />

compreender o menos desenvolvido e não o contrário, é a partir da escola que é possível<br />

compreender a educação em geral e não o contrário.<br />

Do mesmo modo, podemos argumentar que a pedagogia como teoria da educação<br />

está mais avançada ao estudar a educação escolar do que a educação de modo geral, até mesmo<br />

porque “é na escola que o pedagógico tem lugar de forma mais explícita” (Libâneo, 1990, p.7). À<br />

medida que o cerne da educação escolar é a docência, como articuladora do processo de ensino-<br />

aprendizagem que ocorre na sala de aula, a pedagogia escolar tem nela a sua referência princi-<br />

pal.<br />

O PEDAGOGO<br />

Tratando-se de um conhecimento da e para a prática, a pedagogia manifesta-se,<br />

portanto, na ação do agente educativo. O pedagogo é neste caso o referido agente. Nesse sentido,<br />

é importante evidenciar que nenhum pedagogo materializa todo o conhecimento da pedagogia.<br />

Nem mesmo o conjunto de pedagogos pode expressar a sua materialização. À medida que a<br />

pedagogia como campo de conhecimento prático não se reduz a um acervo teórico catalogado,<br />

finito e estático, que possa ser totalmente transmitido e assimilado por alguém, nenhum pedagogo<br />

pode representar a formatação desse conhecimento.<br />

Mais do que isso, se a pedagogia é um campo de conhecimento sobre e na<br />

educação, toda a sua teoria toma vida na ação educativa ao se reportar ao princípio da prática.<br />

Analogamente à explicação de Hanna Arendt, citada por Sacristán (1999, p.31), de que “a ação<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO

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