POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
desde a década de 1980 como parte da busca do entendimento do comportamento corporativo.<br />
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Embora as metodologias de análise de cultura organizacional utilizadas ou<br />
desenvolvidas no Brasil, se baseiam, principalmente, em correntes norte-americanas, o<br />
entendimento das organizações brasileiras não prescinde da compreensão dos traços gerais de<br />
nossa cultura.<br />
Diversos autores abordam a relação da cultura organizacional com a cultura<br />
nacional. Para Schein, por exemplo, culturas nacionais, subculturas, assim como culturas<br />
organizacionais, são formadas por pressupostos básicos, artefatos visíveis e outros conjuntos<br />
simbólicos. Sendo que estes são pressupostos básicos que criam os valores de nosso cotidiano.<br />
Cultura organizacional, na sua perspectiva, é o conjunto de pressupostos básicos -basic as-<br />
sumptions - que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender a lidar com os problemas<br />
de adaptação externa e integração interna, e que funcionaram bem o suficiente para serem<br />
considerados válidos e ensinados a novos membros como forma correta de perceber, pensar e<br />
sentir esses problemas.<br />
Já na proposta de Fleury (1996), a cultura organizacional é concebida como um<br />
conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos, que em sua<br />
capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto age como<br />
elementos de comunicação e consenso, como ocultam e instrumentalizam as relações de<br />
dominação.<br />
Por outro lado, Freitas (1991) considera cultura organizacional como um poderoso<br />
mecanismo que visa conformar condutas, homogeneizar maneiras de pensar e viver a organização,<br />
introjetar uma imagem positiva da mesma, na qual todos são iguais, escamoteando as diferenças<br />
e anulando a reflexão.<br />
Sem esquecer as especificidades culturais locais, retomamos Schein para<br />
apreender os vários níveis da cultura organizacional.<br />
Num primeiro nível, o dos artefatos visíveis, o autor nos remete ao ambiente<br />
construído da organização: arquitetura, layout, a maneira de as pessoas se vestirem, padrões de<br />
comportamento visíveis e documentos. Para ele esses dados são fáceis de serem obtidos, mas<br />
difíceis de serem interpretados, pois eles nem sempre revelam a lógica subjacente ao<br />
comportamento do grupo.<br />
Schein, chama a atenção para o segundo nível, os valores que governam o<br />
comportamento das pessoas. Como esses são difíceis de observar diretamente, para identificá-<br />
los é preciso entrevistar os membros-chave de uma organização ou realizar a análise de conteúdo<br />
de documentos formais da mesma. O autor ao identificar esses valores, observa que eles,<br />
geralmente, representam apenas os valores manifestos da cultura. Isto é, eles expressam o que<br />
as pessoas descrevem como a razão do seu comportamento, o que na maioria das vezes são<br />
idealizações ou racionalizações. As razões subjacentes ao seu comportamento permanecem,<br />
entretanto, escondidas ou inconscientes.<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO