12.04.2013 Views

POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Políticas de formação docente<br />

Conhecer não consiste, com efeito, em copiar o real mas em agir<br />

sobre ele e transformá-lo (na aparência ou na realidade), de maneira a<br />

compreendê-lo em função dos sistemas de transformação aos quais<br />

estão ligadas estas ações (PIAGET, 2000, p. 15).<br />

A cópia, enquanto recurso didático, é uma atividade pouco indicada para obtenção<br />

de conhecimentos quando a interpretamos a luz das idéias de Piaget, pois dificilmente conduz a<br />

ação sobre os objetos. É evidente que outras atividades que podem acompanhar a cópia são<br />

mais efetivas para incentivar operações intelectuais, como por exemplo, ao recorrermos a<br />

interpretação do texto.<br />

Já os alunos da outra professora, Júlia, tinham livros didáticos a disposição em<br />

sala de aula e copiavam o resumo destes textos colocados na lousa pela professora (muitas<br />

vezes passavam uma aula inteira só copiando). Júlia tratava de temas e preocupações dos<br />

adolescentes, como a sexualidade e trazia esclarecimentos em que solicitava a participação e<br />

perguntas dos alunos. Todos os professores dirigiam muitas perguntas aos alunos.<br />

Uma diferença, entretanto, era marcante na prática destes quatro professores:<br />

enquanto Marli e Leila se mostravam abertas às solicitações dos alunos e evitavam dar indicações<br />

da resposta que consideravam correta, Júlia e Sérgio, por sua vez, não davam chances para os<br />

alunos se manifestarem sem autorização. Para eles, a supervisão das ações dos alunos era<br />

constante, havendo um clima de coerção. As aulas de Marli e Leila transcorriam com mais<br />

sobressaltos, possivelmente pela atitude não-controladora que adotavam e por não delimitarem<br />

bem a transição entre as tarefas dadas aos alunos nem o tempo necessário a elas e isto, segundo<br />

Gauthier et al. (1998), torna a gestão da classe mais difícil.<br />

O professor Sérgio, por sua vez, recorria a cópia e interpretação de figuras<br />

previamente selecionadas na sala de aula, as quais sintetizavam conceitos. De acordo com o<br />

Construtivismo pedagógico, os conteúdos devem girar em torno de conceitos-chave ou centrais<br />

(BROOKS e BROOKS, 1997; FOSNOT, 1996). Por exemplo, em uma das aulas, o professor<br />

ressaltou o conceito de força, interpretando um desenho sobre a brincadeira do “cabo-de-guerra”<br />

(que até poderia ter sido feita ao vivo). Era interessante sua expressão “vamos construir a figura”<br />

quando solicitava que os alunos desenhassem pois, afinal, a figura era copiada. Embora o recurso<br />

visual seja destaque na prática deste professor, todos os professores observados valorizavam o<br />

aspecto visual para a compreensão, utilizando também o vídeo, e solicitavam pesquisas aos<br />

alunos.<br />

Eles buscavam fazer-se compreender relacionando o conteúdo escolar com a<br />

linguagem e a vivência do aluno, como se nota nos trechos 3 a seguir:<br />

6 a série – prof a Leila [Alunos estão vendo filme de vídeo sobre bactérias, gravado<br />

da TV-Escola. Quando o assunto passa de lactobacilos para decompositores, P pára o vídeo].<br />

P – O que controla o crescimento desses microrganismos?<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />

133

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!