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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

contribuiu para fortalecer o entendimento dos professores sobre as políticas de formação e para<br />

ressignificar suas práticas.<br />

Na condição de pesquisadora incluo-me e solidarizo-me, com os professores, no<br />

sentimento de perda coletiva do espaço de discussão, de socialização de experiências, de debate<br />

da prática, entre outros temas, dos quais participei como formadora e, como professora, e anseio<br />

que, outros pesquisadores registrem o desencadear desse outro CEFAPRO que renasce com<br />

outro perfil para a formação de professores em Mato Grosso.<br />

Diante da evidência de um novo modelo de formação para os CEFAPROS,<br />

tornando-os encarregados da disseminação das políticas educacionais do Estado o desejo e a<br />

iniciativa dos professores pela condução dos rumos de sua formação a partir da realidade da<br />

escola deixam de existir.<br />

Com o P<strong>DE</strong>, a formação não se evidencia diferente, embora os professores sujeitos<br />

da pesquisa, digam que há autonomia para decidirem os rumos de sua formação, pois na semana<br />

pedagógica, no início do ano, eles discutem os temas que querem na formação que se efetivará<br />

quando a verba do P<strong>DE</strong> chega à escola. No entanto, os próprios sujeitos apresentam dados que<br />

levam a uma outra interpretação, à da falsa condição de decisão dos professores, o que torna a<br />

formação continuada da escola “questionável”, devido ao fato de esta não ser contínua, não<br />

determinar o perfil do formador que fala aos professores e não ter um fio condutor que norteia e<br />

dá sentido e continuidade à formação.<br />

No P<strong>DE</strong> a formação se efetiva mais no período em que a verba chega, e, portanto,<br />

as discussões mais intensas com colaboradores externos são pontuais e seus temas flutuam à<br />

mercê daqueles debatedores que a escola encontra e que se adequam aos valores propostos, e,<br />

por assim ser, os articuladores abordam conteúdos descolados da realidade para a qual falam.<br />

A formação continuada com os recursos do P<strong>DE</strong>, fica delegada muitas vezes aos<br />

coordenadores, que sentem a resistência dos professores, conforme apontam os dados,<br />

constituindo-se, na minha análise, em um fato alentador, visto que é alguém da própria escola,<br />

que compreende e vive as suas dificuldades, quem articula suas discussões. Pode-se afirmar,<br />

então, que a formação continuada do P<strong>DE</strong> é descontínua e desarticulada.<br />

Diante do quadro que se apresenta, que conclusões a pesquisa aponta quanto ao<br />

modelo de formação continuada oferecido aos professores pelo Estado?<br />

Sem sombra de dúvidas consiste em um modelo de racionalidade técnica que<br />

centraliza decisões e castra todos os indícios de autonomia - referenciada aqui como o desejo de<br />

os professores elegerem os temas das discussões e de buscarem a sua formação em decisões<br />

coletivas.<br />

Assim evidenciada, a proposta de formação continuada existente no Estado está<br />

posta para “[...] transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico, o que consiste<br />

em amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter<br />

formador” (FREIRE, 1996, p.37).<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />

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