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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

Cabe perguntar se esta mistura se justifica: seria adequado propor um referencial construtivista<br />

para a educação com base em um ou mais autores que não tem as mesmas idéias a respeito da<br />

aquisição de conhecimentos? Se cada um explica de forma diferente a aprendizagem, se partem<br />

de diferentes premissas, como propor um Construtivismo Pedagógico respeitando todas elas?<br />

Seria Gardner, por exemplo, construtivista?<br />

Apesar da confusão teórica, as recomendações para a sala de aula são semelhantes<br />

– o professor deve auxiliar o aluno nas tarefas, incentivando sua participação com atividades que<br />

incentivem a resolução de problemas e levem ao conflito cognitivo (em Ciências, principalmente).<br />

Além disto, deve respeitar suas idéias prévias e experiências cotidianas, priorizar grandes conceitos<br />

e idéias. Muitas vezes apresentam-se tais recomendações contrapondo-as às características do<br />

ensino tradicional, do que transmitir conteúdos parece ser inviável – afinal, o conhecimento não é<br />

transmitido, mas construído. Condena-se, de antemão, atividades como cópia, exposição oral e<br />

mesmo a memorização.<br />

Observamos as orientações para a prática construtivista apresentadas por autores<br />

possivelmente bem divulgados entre pesquisadores/professores que estudam o Construtivismo<br />

(COLL et al, 2003; BROOKS e BROOKS, 1997; FOSNOT, 1996; Von GLASERSFELD, 1996, este<br />

último mais conhecido na área de Ensino de Ciências). Neles, é proposta uma verdadeira mudança<br />

na escola: o professor sai do tradicional papel de mestre detentor do saber, para auxiliar a<br />

construção do conhecimento – torna-se um professor mediador, “facilitador”; o aluno sai da posição<br />

de receptor do conhecimento para o de construtor - o que exige um papel mais ativo em sala de<br />

aula e, às escolas, cabe serem locais de criação de conhecimento - não propriamente onde se<br />

passam conhecimentos acumulados por gerações.<br />

Nesta perspectiva há o perigo de que a escola deixe de ser espaço de transmissão<br />

do saber e o “conteúdo” e o “professor” passem a ser secundários. Entende-se que o referencial<br />

construtivista veio trazer o aluno para o cerne da escola, no triângulo aluno-professor-conteúdo,<br />

tirando a ênfase dos métodos e recursos de ensino e valorizando a atividade do aluno. A título de<br />

exemplo, apontaremos dois problemas nesta perspectiva: 1) alguns conteúdos escolares incluem<br />

conhecimentos especializados a que as crianças dificilmente chegarão só com uma boa ‘ajuda’<br />

do professor; 2) A compreensão de algumas matérias (como a ortografia) dependem de sua<br />

apresentação ao aluno e não de um processo construtivo do sujeito (PIAGET, 1972). As propostas<br />

construtivistas deixam entrever que tudo pode ser construído, sem considerar que existem datas,<br />

nomes, conhecimentos inventados por outras gerações que independem da construção individual<br />

de cada um para se chegar a eles.<br />

O <strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO DO ESTUDO<br />

Após entender como o Construtivismo é proposto aos professores, fomos observar<br />

aulas de Ciências, área em que este referencial chega a ser um paradigma (OSBORNE, 1996).<br />

Acompanhamos 4 professores licenciados, que concordaram em ter suas aulas observadas,<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />

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