POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Políticas de formação docente<br />
de uma cultura baseada no poder e nos papéis para uma outra, baseada na pessoa, com influência<br />
compartilhada e papéis divididos. Exemplifica também o estereótipo do professor, que é um homem<br />
orientado para a pessoa, operando numa cultura baseada nos papéis na qual ele poderá construir<br />
sua carreira e pôr em prática seus próprios interesses.<br />
142<br />
Finalmente, Handy in Freitas (1991) considera a cultura de pessoas como uma<br />
categoria rara. Para ele, ela será encontrada não nas organizações enquanto conjunto, mas nos<br />
indivíduos que se agarrarão aos seus valores. O indivíduo é o ponto central. A representação<br />
mais apropriada dessa categoria seja, talvez, uma galáxia de estrelas individuais, sendo a<br />
organização subordinada aos indivíduos e deles dependente para existir.<br />
Com relação ao ambiente da organização-escola os estudos de Bourdieu (2005),<br />
concernentes à cultura nos fornecem subsídios significativos para analisarmos as representações<br />
culturais que nela se desenvolvem.<br />
Ele atribui à escola “... um repertório de lugares comuns não apenas um discurso,<br />
e uma linguagem comuns, mas também terrenos de encontro e acordo, problemas comuns e<br />
maneiras comuns de abordar tais problemas comuns”.(BOURDIEU, 2005, p 207)<br />
As relações que se desenvolvem no interior da escola refletem as noções de cultura<br />
do grupo ali existente, reveladas pela linguagem dos indivíduos portadores de um corpo comum<br />
de categorias, o que facilita a sua comunicação.<br />
Os indivíduos pertencentes a esse grupo demonstram semelhanças tanto de<br />
percepção quanto de pensamento e ação. São as relações de cumplicidade e comunhão desse<br />
grupo que promovem sua unidade. A manifestação de um mesmo e comum código permite que<br />
seus detentores associem o mesmo sentido às palavras, aos comportamentos a as ações. A<br />
mesma intenção significante das mesmas palavras, dos mesmos comportamentos e das mesmas<br />
obras, revelam um consenso cultural.<br />
Essa unidade permite supor que cada individuo do grupo teve um mesmo tipo de<br />
aprendizagem escolar interiorizada e que serve de principio de seleção às aquisições posteriores<br />
de novos esquemas. (BOURDIEU, 2005:p.209)<br />
O que aparece, pois como realidade para os indivíduos do grupo encontra-se<br />
determinado pelo que é socialmente aceito pelo grupo. Portanto não há necessidade de ser<br />
explicitado, pois como mostra Bourdieu “ela aparece como se estivesse depositada nos<br />
instrumentos de pensamento que os indivíduos recebem no curso de sua aprendizagem<br />
intelectual.” (BOURDIEU,2005:p.212-213)<br />
A falta ou escassez de contatos entre os diversos setores das atividades da unidade<br />
escolar implica a possibilidade da perda da unidade do grupo. Solicitar a alguns indivíduos que<br />
auxiliem e aconselhem os demais não tem garantido que a autoridade (o gestor) impeça a desunião<br />
do grupo.<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO