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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

3. Cerca de 5 % dos alunos justificaram suas escolhas acreditando que, se a<br />

formação fosse oferecida pelo curso de origem, evitaria o divórcio existente entre teoria e prática,<br />

já que conforme a situação atual, a prática está vinculada ao curso de formação e a teoria é<br />

discutida na FE, no entanto sem articulação com a prática da disciplina.<br />

A partir da análise dos questionários, destacamos a separação entre o fazer manual<br />

e o fazer intelectual feita por alunos que argumentam que as aulas no curso de origem possibilitam<br />

a parte prática, o trabalho empírico, enquanto as aulas na FE se configuram no trabalho intelectual,<br />

a parte referente ao pensar. Esse divórcio teoria/prática está presente no imaginário do aluno,<br />

evidenciado em sua resposta.<br />

Para um aluno de Letras, um professor de português sabe muito melhor ensinar<br />

português do que alguém formado em pedagogia. Nessa fala percebemos a confusão que o<br />

aluno estabelece entre Educação e Pedagogia. Conforme sua resposta, inferimos que todos os<br />

professores da FE são pedagogos, o que não é uma realidade. No entanto, em que se baseia o<br />

argumento do aluno? No conhecimento da língua portuguesa e suas técnicas ou no domínio do<br />

como ensinar língua portuguesa? Dominar o conteúdo a ser ensinado fornece autoridade a um<br />

professor de como ensinar esse conteúdo? Segundo o aluno, os professores do curso de letras<br />

gozam de mais prestígio que os supostos pedagogos para ensinar português.<br />

Sabemos que a questão do deslocamento pela cidade do Rio de Janeiro não é<br />

uma tarefa fácil. Todo deslocamento envolve tempo e gastos extras. Mas estamos diante de um<br />

ensino universitário que pressupõe interdisciplinaridade entre os diferentes centros e territórios<br />

de formação dos licenciandos. Acreditamos, no entanto, que existirão perdas nessa oferta das<br />

disciplinas pedagógicas unicamente para determinados centros. Ofertar, por exemplo, Psicologia<br />

da educação no CCMN ou no CT somente para alunos de matemática, física e química ou no<br />

CFCH somente para alunos de história, filosofia e ciências sociais e assim sucessivamente, não<br />

promove um diálogo interdisciplinar, mas enfatiza o fechamento da discussão em uma área do<br />

conhecimento, empobrecendo o conflito saudável e natural das diferentes formas de pensar o<br />

mundo e a educação. Sem falar nas trocas culturais, e de tantas outras esferas das relações<br />

humanas que as disciplinas pedagógicas para diferentes cursos possibilitam. Se a proposta do<br />

século XXI é aprender a viver na e com a diversidade, a oferta das disciplinas pedagógicas<br />

exclusivamente voltadas para cada curso vai de encontro a esse movimento.<br />

Uma saída para a questão do deslocamento seria a ampliação do número de ônibus<br />

da UFRJ de modo a possibilitar uma maior oferta de transporte gratuito para os alunos dos<br />

diferentes centros até a FE. Outra questão relevante é a adequação dos horários de oferta das<br />

disciplinas na FE. Isso seria possível levantando junto aos centros e cursos de origem os melhores<br />

horários, concentrando em um ou dois dias da semana as disciplinas pedagógicas, aumentando<br />

o número de horas/aula e, conseqüentemente, reduzindo o número de dias.<br />

Pelo que foi relatado nos questionários daqueles que defendem o curso de origem,<br />

duas questões são básicas nessa defesa: o custo com o deslocamento e a aplicabilidade da<br />

teoria aprendida. Para esses respondentes, a FE não dá conta de adequar a teoria pedagógica à<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />

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