POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
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De outro lado, a formação prescritiva, ou seja, aquela proposta pelo sistema público<br />
estadual, tem sido alvo de severas críticas, devido à forma como se estrutura e à metodologia<br />
que desenvolve no âmbito escolar. Desconhecendo as diferentes realidades das escolas e a<br />
cultura dos professores, “os pacotes” de Formação continuada, quando não descabidos, propõem<br />
mudanças de paradigmas sem que tenham havido condições para que se processem as leituras,<br />
as discussões e a devida reflexão sobre as possibilidades de alterar a prática e conceber a<br />
docência de forma diferenciada da que se tem praticado.<br />
No estado de Mato Grosso, o movimento de Formação continuada à partir da<br />
escola, isto é, a partir do desejo e da autonomia dos professores, registra uma trajetória significativa<br />
e se torna uma política pública de formação em forma de Centros de Formação e Atualização do<br />
Professor (CEFAPRO), desenvolvendo-se fora da escola, mas procurado pelos professores na<br />
busca da autonomia e atualização em discussões coletivas. Com este registro, respondendo a<br />
uma das indagações sobre a possibilidade de a Formação continuada a partir da escola tornar-<br />
se política pública de formação. Resta, no entanto, questionar sobre a duração e a legitimidade<br />
da proposta e até quando se constitui em desejo ou prescrição, fato este que tratarei no decorrer<br />
do estudo.<br />
Abordarei o P<strong>DE</strong>, como política pública, e o CEFAPRO como locus de execução<br />
das políticas públicas de formação continuada de professores. O P<strong>DE</strong> e CEFAPRO movimentam<br />
as discussões na/a partir da escola. As formas como as políticas se desenvolvem são<br />
diferenciadas, mas têm um ponto comum, partem da indicação dos professores os temas que<br />
desejam estudar, bem como parte deles o desejo para procurar seus pares para as discussões<br />
em reuniões e locais escolhidos.<br />
As políticas de formação continuada em Mato Grosso e vigentes na atualidade,<br />
são desenvolvidas por meio do P<strong>DE</strong> e do CEFAPRO e, portanto, constituem-se em objetos da<br />
presente pesquisa, para as quais destinei um espaço destacado.<br />
Uma política de formação é pública quando<br />
[...] é de domínio público: quando é publicamente estabelecida, isto<br />
é, são explicitadas as análises das diferentes necessidades, os<br />
instrumentos para sua percepção, os critérios para o estabelecimento<br />
de prioridades etc., não apenas explicitados, mas submetidos à<br />
interlocução com os setores diretamente envolvidos com seu campo<br />
de intervenção (COLLARES, 1996, p. 67).<br />
As políticas de formação de professores se originam de inúmeras iniciativas,<br />
podendo ser advindas de ações governamentais e/ou de diferentes esferas do poder público. No<br />
caso do P<strong>DE</strong>, foram propostas subsidiadas e supervisionadas pelo FUN<strong>DE</strong>SCOLA/MEC e<br />
Secretarias Estaduais de Educação, introduzidas inicialmente nos municípios.<br />
expressão da política social.<br />
É oportuno considerar como ponto de partida que a política educacional é uma<br />
Tomar como foco a Formação continuada que tivesse sua origem no desejo de<br />
autonomia dos professores consiste em uma das intenções de condução da presente pesquisa.<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO