POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Políticas de formação docente<br />
os próprios professores devem estar avaliando as idéias que chegam à eles, considerando se<br />
são coerentes com as crenças e conhecimentos que possuem, como no mostra, por exemplo,<br />
Tardif (2002).<br />
130<br />
Além disto, não houve um preparo adequado dos professores para estas mudanças<br />
(SILVA, 2004). Sem uma base conceitual sólida, os professores são levados a fazer por fazer um<br />
arremedo de Construtivismo, o que pode comprometer ainda mais a qualidade de ensino. Podem<br />
aceitar, por exemplo, qualquer coisa para “respeitar o limite do aluno” ou tolerar a indisciplina para<br />
“deixar o aluno livre para agir”, como diz um dos slogans. As recomendações parece ter sido<br />
entendidas como um ensino mais ligth, sem tantas exigências quanto à disciplina e ao conteúdo,<br />
pois este até inclui o que o aluno já sabe...<br />
Cabe à formação, principalmente a inicial (no caso de professores de Ciências, as<br />
Licenciaturas), propiciar esta base teórica, para que ajam com autonomia e responsabilidade<br />
diante do que lhes é sugerido.<br />
Sobra para o professor repensar sua prática, por pressão da política educacional e<br />
de membros da própria escola ao tentarem implementar a política oficial. Não é novidade dizer<br />
que as políticas educacionais costumam ser propostas como pacotes, de cima para baixo, sem<br />
a participação dos professores, que se responsabilizarão, em última instância, pela implantação<br />
das mesmas.<br />
A INCORPORAÇÃO DO CONSTRUTIVISMO À EDUCAÇÃO BRASILEIRA<br />
No Brasil, um referencial construtivista para a educação aparece com a inserção<br />
das idéias de Piaget. Sabe-se que os estudos de Piaget sobre o desenvolvimento dos<br />
conhecimentos nas crianças e a teoria dos estádios ficaram conhecidos principalmente via<br />
educação, por volta de 1960, conforme o estudo de Vasconcelos (1996). Sempre é bom lembrar<br />
que, segundo Piaget, os conhecimentos não são inatos nem vêm do meio, mas são construídos<br />
conforme nos desenvolvemos intelectualmente, interagindo com o meio. Nas décadas de 1960-<br />
70 havia uma proposta político-educacional tecnicista (FERNAN<strong>DE</strong>S, 1999) mas idéias<br />
construtivistas também tinham espaço, especialmente em iniciativas que tentavam “aplicar Piaget”,<br />
por exemplo, utilizando provas operatórias para identificar a fase de desenvolvimento dos alunos<br />
(BANKS LEITE, 1994).<br />
Só mais recentemente, a partir da década de 1980, o Construtivismo se disseminou<br />
(não sem equívocos, como discutimos em outra oportunidade, CHAKUR, SILVA E MASSABNI,<br />
2004) como tal entre os educadores. Atualmente, por ser pensado para a educação (diferentemente<br />
do Construtivismo de Piaget), foi denominado Construtivismo Pedagógico ou Educacional. Piaget<br />
pode ser o pai das idéias construtivistas originais, adaptadas da Psicologia Genética à educação,<br />
mas o Construtivismo Pedagógico busca outros autores como fundamento. A base teórica torna-<br />
se confusa, pois muda conforme a fonte ou autor de referência, contemplando ora Vigotki e Piaget,<br />
ora Gardner, Vigotski, Piaget, ora, como para Coll e colaboradores, Vigotski, Piaget, Bruer e Ausubel.<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO