POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
obrigue os alunos a se adaptarem aos seus padrões rígidos e uniformes. Sugere o regime de<br />
promoção automática, que obedeça à classificação por série cronológica dos estudos e ao nível<br />
que o aluno tiver atingido pela sua inteligência e pelo método e professor que a escola possuir.<br />
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Deve ser lembrado que o autor foi um dos maiores expoentes da Escola Nova no<br />
Brasil e, provavelmente, as idéias do Escolanovismo – rejeição ao padrão uniformizante da escola,<br />
defesa do respeito ao nível e aos interesses dos alunos – foram tomadas como apoio à proposta<br />
de promoção automática.<br />
Em 1956, o Presidente da República Juscelino Kubitschek fala a uma turma de<br />
formandos do Instituto de Educação de Belo Horizonte sobre a importância da adoção da promoção<br />
automática, para que nenhuma criança fique marcada com “o ferrete da reprovação”. Ao terminar<br />
o primário, o aluno estaria classificado para uma atividade que tivesse demonstrado maior habilidade<br />
durante o curso, pois a escola não seria mais seletiva, educando cada um até o nível em que<br />
pudesse chegar. A aprovação automática se transformaria em uma varinha de condão,<br />
transformando aquela escola elitista em escola popular.<br />
No 1º Congresso Estadual de Educação, realizado em 1956 em Ribeirão Preto, o<br />
professor Almeida Júnior louvou os méritos da promoção automática, relatando sua participação<br />
na Conferência Regional sobre Educação Gratuita e Obrigatória, realizada em Lima sob patrocínio<br />
da UNESCO. Os delegados brasileiros em Lima sugeriram que se fizesse um estudo detalhado<br />
do sistema de promoção automática, baseado na idade cronológica do aluno e em outros aspectos<br />
pedagógicos, e se aplicasse o sistema, em caráter experimental, aos primeiros anos da escola<br />
primária, de modo a torná-la menos seletiva (ALMEIDA Jr., 1957; BARRETO e MITRULIS, 1999)<br />
Em 1959, sendo Jânio Quadros o Governador de São Paulo e Alípio Correa Neto o<br />
Secretário de Educação, iniciou-se em caráter experimental, no Grupo Experimental da Lapa,<br />
unidade oficial de pesquisa, um ensaio sobre a promoção automática, visando evitar a repetência<br />
e, como conseqüência, a superlotação das classes, a falta de vagas e a evasão escolar. Adotou-<br />
se o sistema de classes intermediárias e classes de ensino emendativo, as primeiras para as<br />
crianças de 1ª e 2 ª séries e as segundas para as crianças que não conseguiram um mínimo de<br />
aproveitamento ao terminar a 4ª série.<br />
Em 1961, retomaram-se os estudos para a implantação, em todo o Estado de São<br />
Paulo, do regime de promoção automática, mudando-se a terminologia para promoção flexível e<br />
rendimento efetivo. O Chefe do Ensino Primário esclarecia que a promoção automática não<br />
significava uma porteira aberta, mas conferia aos professores, alunos e pais maior<br />
responsabilidade, pois era necessária maior atenção aos alunos, além de mais provas e trabalhos.<br />
Para iniciar essa implantação, foram escolhidos cinco grupos escolares espalhados pelo Estado,<br />
que ofereciam as melhores condições, tais como assistentes técnicos de todas as áreas<br />
curriculares, psicólogos, assistentes sociais, pesquisadores especialmente designados para essas<br />
escolas, e também certa autonomia pedagógica: em São Paulo, o Grupo Escolar Mário de Andrade;<br />
em Araraquara, o Grupo Escolar Pedro José Neto; em São Carlos, o Grupo Escolar Paulino Correa;<br />
em São José do Rio Preto, o Grupo Escolar Ezequiel Ramos; e em Guaratinguetá, o Grupo Esco-<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO