POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Políticas de formação docente<br />
No Brasil, o Construtivismo 1 vem sendo incorporado como referencial teórico nas<br />
políticas educacionais há pelo menos 30 anos. Embora algumas análises deixam entrever o<br />
Construtivismo como um modismo recente, se considerarmos que as idéias construtivistas de<br />
Piaget estão presentes na LDB de 1971, que se refere às “fases de desenvolvimento” do aluno<br />
(CHAKUR, 1995) podemos dizer que, desta época, até hoje, o Construtivismo está presente como<br />
referencial teórico na educação nacional.<br />
Atualmente, os argumentos sobre o respeito às diferenças e ao ritmo das crianças<br />
e a proposta de Progressão Continuada estão fundamentos nas dificuldades e avanços do aluno<br />
enquanto realizam a construção de conhecimentos. O Construtivismo fundamenta os Parâmetros<br />
Curriculares Nacionais, documentos encarregados de divulgar as diretrizes da política educacional<br />
proposta na LDB atual às escolas. Nos PCN, embora praticamente não se observe a palavra<br />
Construtivismo, os termos construção ou construir aparecem 31 vezes nas 22 páginas que<br />
esclarecem os seus “Princípios e Fundamentos”, segundo levantamento de Carvalho (2001, p.<br />
104). Aparentemente sem incorporação do termo Construtivismo ao vocabulário, ‘construir<br />
conhecimentos’ virou lugar comum na fala dos educadores.<br />
Segundo uma perspectiva construtivista, se a criança/adolescente constrói seus<br />
conhecimentos, não é coerente que o professor se preocupe em ‘encher sua cabeça’, como se o<br />
aluno fosse uma ‘tabula rasa’, como já indicava Piaget (1972). Daí, trabalhar em grupos, respeitando<br />
as diferenças entre os alunos, preocupar-se em fazer o aluno buscar conhecimentos, utilizar<br />
materiais e experimentos, elaborar aulas mais participativas e, mais recentemente, projetos, são<br />
orientações dadas aos professores, recitadas como um “mantra” para solução dos problemas<br />
educacionais.<br />
O REFERENCIAL CONSTRUTIVISTA NA<br />
PRÁTICA <strong>DE</strong> PROFESSORES <strong>DE</strong> CIÊNCIAS<br />
MASSABNI,Vânia Galindo(ESALQ/ USP)<br />
As explicações sobre o Construtivismo foram repassadas entre os educadores na<br />
forma de slogans (CARVALHO, 2001), de conteúdo duvidoso (e perigoso) como “não se deve<br />
corrigir o erro do aluno”, “não se deve ensinar a tabuada”, e facilitaram, ao mesmo tempo que<br />
comprometeram, a divulgação do referencial construtivista.<br />
Esta inserção do Construtivismo se faz na proposta de temas (deve-se inserir temas<br />
do cotidiano), metodologias e na forma de entender a avaliação, levando em conta os<br />
conhecimentos dos alunos. Chegou-se até a acreditar que a organização das salas de aula<br />
indicariam, em tese, se a escola seguia o Construtivismo.<br />
Uma vez que o referencial construtivista está nos documentos oficiais e nos<br />
discursos sobre Educação, a questão é saber se está presente na prática docente. Muito do que<br />
é dito parece não estar incorporado, de fato, à prática dos professores, e uma das razões é que<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />
129