POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
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Esses dados remetem a identificação do primeiro nível de aprendizagem cultural<br />
proposto por Schein: o dos artefatos visíveis percebidos no ambiente construído da escola.<br />
A cultura de papéis e a cultura de tarefas, propostas por Handy, são claramente<br />
evidenciadas na análise da competência técnica. A ação do gestor baseia-se no papel exercido ou<br />
é orientada para o trabalho ou projeto.<br />
Na análise do trabalho do gestor como agente de mudanças e transformação so-<br />
cial na região em que atua, evidenciou-se uma participação de co-gestão; respeito para com a<br />
comunidade interna e externa; dinamismo; flexibilidade e transparência; comunicação;<br />
desenvolvimento de projetos e trabalho em parceria e finalmente valorização dos docentes,<br />
funcionários e da escola.<br />
De um modo geral podemos verificar pelas porcentagens significativas de respostas<br />
comuns que há um consenso no que se refere às competências: conceitual, humana e técnica, o<br />
que Bourdieu descreve como relações de cumplicidade e comunhão, estabelecidas no grupo, que<br />
promovem a sua unidade.<br />
Tais relações demonstram semelhanças tanto de percepção quanto de pensamento<br />
e ação do grupo, traduzindo num código de comunicação, verbalizado ou não, mas que, em última<br />
análise, reflete as representações construídas nas e pelas relações estabelecidas entre os<br />
membros desse grupo.<br />
O consenso, aqui destacado, se manifesta, por exemplo, no projeto pedagógico de<br />
cada unidade escolar, pois participar de tal projeto, para a maioria dos gestores, fortalece seu<br />
comprometimento com a comunidade interna e externa, como também destas para com eles.<br />
Esta aparente unidade revelada pelo consenso nos leva a entender que predomina<br />
o mesmo tipo de aprendizagem interiorizada (Representações) e que serve de princípio de seleção<br />
às aquisições posteriores de novos esquemas de ações.<br />
Subjacente a um consenso de temas privilegiados existem outros esporadicamente<br />
manifestados e que segundo Bourdieu possibilita as transformações culturais dentro da escola.<br />
4 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />
Cabe à escola, pela sua função e objetivo de existência, a modificação da própria<br />
cultura que ela transmite, bem como de todos aqueles que dela fazem parte.<br />
Partindo da premissa que cada escola pública possui uma especificidade que<br />
constitui sua cultura traduzida em diversas manifestações simbólicas tais como: linguagem,<br />
metáforas mitos, rituais, valores e um conjunto de pressupostos tomados como verdadeiros,<br />
invisíveis e interiorizados nos indivíduos, entendemos que o fazer escolar de cada escola se<br />
configura na relação dinâmica entre o gestor e as comunidades interna e externa.<br />
As escolas bem sucedidas, conforme pontua Costa (2003) 1 , são aquelas em que<br />
predomina uma cultura entre os seus membros, isto é, uma cultura compartilhada.<br />
A Gestão compartilhada implica compreensão das várias dimensões da cultura<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO