POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
apatia, desinteresse e indisciplina). Respeitar o aluno como interlocutor válido significa considerar<br />
que ele não é uma tabula rasa, mas um sujeito que possui conhecimentos, capaz de elaborá-los<br />
e modificá-los, como supõe o Construtivismo Pedagógico. É considerar a criança e o adolescente<br />
como seres em formação, que estão experimentando o mundo.<br />
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3) Valorizar o questionamento e o recurso visual como estratégia didática.<br />
Os professores recorriam a perguntas para explorar o que os alunos pensavam,<br />
como supõe o Construtivismo, e para incentivar o envolvimento na aula, sem serem perguntas<br />
para verificar o que o aluno entendeu, como se costuma fazer (GAUTHIER et. al., 1998). As atividades<br />
buscavam trazer figuras e filmes, com prioridade para análise e compreensão dos mesmos. Ou<br />
seja, o recurso visual não era meramente ilustrativo, mas deveria tornar-se incentivador da ação<br />
mental do aluno.<br />
Nesta prática, os professores lançam mão, de forma inconsciente ou não, elementos<br />
considerados coerentes com ao Construtivismo, viabilizando-o sem abrir mão do que acreditam<br />
que compete ao professor enquanto responsável pela aprendizagem dos alunos. Conduzem as<br />
aulas sem abrir mão da idéia de que, enquanto o aluno constrói, cabe a eles, professores, ensinar.<br />
CONCLUSÃO<br />
Na educação nacional, observa-se, ao longo da história, a inserção do<br />
Construtivismo na legislação, inicialmente através de idéias baseadas em Piaget. Ainda hoje está<br />
presente nas políticas públicas, como se nota nos PCN. O problema é que sobra para o profes-<br />
sor, mesmo sem o preparo adequado e diante das condições adversas em que atua, implementar<br />
tais mudanças nas escolas.<br />
Dar aulas constantemente “construtivistas”, pode gerar um desgaste físico e men-<br />
tal crescente nos professores, especialmente quando se tem pelo menos 8 horas seguidas de<br />
trabalho. O professor busca, para sobreviver, alternativas de ação que não sejam tão desgastantes,<br />
que facilitam o trabalho ordenado em classe, e a cópia e a exposição oral parecem vir a calhar. Há<br />
um conflito entre o discurso progressista e a realidade em que trabalham, como aponta Gimeno<br />
Sacristán (2000). Isto se justifica, em parte, serem raras as atividades solicitando ao aluno<br />
comparar, concluir, ordenar, criar a partir de experimentos, observações, jogos, que são destaque<br />
em propostas pedagógicas construtivistas. Para isto, um preparo teórico e apoio nas práticas são<br />
necessários, através de cursos de formação inicial e continuada que expliquem o Construtivismo<br />
enquanto referencial teórico e implicações práticas, sem impor determinada forma de ação. Daí,<br />
o professor pode perceber a possibilidade de tornar o ensino mais instigante e de envolver o aluno<br />
em atividades que desenvolvam seu potencial cognitivo e a socialização, sem embarcar em slo-<br />
gans, por exemplo.<br />
Não é coerente pensar que o Construtivismo “ainda não foi implantado” nas aulas<br />
de Ciências do Ensino fundamental. Os professores acompanhados acreditam por em prática o<br />
Construtivismo e apresentam algumas características – denominadas elementos construtivistas<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO