POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Políticas de formação docente<br />
dados sejam, por exemplo, o manuseio de animais, a realização de experimentos e coletas em<br />
campo, entre outras.<br />
Pode-se dizer que tais características ocorriam em uma ou outra aula, dependendo<br />
da atividade desenvolvida. Por exemplo, Júlia trabalhou uma vez só com grupos, em uma prova.<br />
Raramente foram observadas aulas em que o aluno trabalhava com “fonte primária de dados”,<br />
como experimentos e observação de amostras.<br />
O que faziam, então, estes professores, para colocarem em prática o<br />
Construtivismo? Este referencial estava, de fato, presente, ou não passava do discurso, à prática?<br />
Era viável uma “prática construtivista”? Vimos a dificuldade da professora Leila com o trabalho em<br />
grupo e da Júlia em sustentar um debate em que todos falavam ao mesmo tempo.<br />
Os professores tentavam adaptar algumas recomendações do Construtivismo,<br />
entendendo-o como viável, mas não o tempo todo: portavam-se como detentores do saber, em<br />
alguns momentos, em outros, conforme a atividade assim exigia, eram “professores– facilitadores”;<br />
davam voz ao aluno, sem que isto fosse uma constante ou que desestabilizasse o controle que<br />
mantinham sobre a sala de aula; buscavam levantar e entender as idéias dos alunos, trabalhando<br />
com elas, sem esquecer o “conteúdo”, especialmente o conhecimento científico, preocupando-<br />
se em associar aquele conhecimento ao cotidiano e à linguagem do aluno. Como não reconhecer,<br />
nesta dualidade, características construtivistas? Elas podem até ser condições para a<br />
aprendizagem, para o docente realizar sua tarefa didática. Quando ele quer se fazer entender,<br />
utiliza para isto uma linguagem mais fácil. Dizemos então, que o Construtivismo pode ter se<br />
incorporado à prática docente para auxiliá-los a realizar de modo mais eficaz sua tarefa de ensinar.<br />
Características do Construtivismo e do ensino tradicional aparecem em uma<br />
“mescla” do que entendem de cada um destes enfoques na prática. A caracterização da atividade<br />
docente como “mescla” não é nova (DIAS-DA-SILVA, 1997).<br />
Diante da “mescla”, consideramos que os professores põem em prática elementos<br />
construtivistas em suas aulas, comuns na atividade destes quatro professores:<br />
alunos.<br />
1) Aproximar o conteúdo escolar dos conhecimentos cotidianos e experiências dos<br />
Esta é uma característica da prática dos docentes observados que pode ser<br />
considerada como um elemento construtivista, pois considerar as experiências do aluno, seu<br />
modo de vida e suas experi~encias é destaque em propostas construtivistas. Todos os professores<br />
mostravam preocupação em tentar tornar compreensível ao aluno o conteúdo escolar, aproximando<br />
suas explicações, exemplos, linguagem e atividades ao pensamento e experiências vividas pelos<br />
alunos (mas as experiências eram “lembradas” e dificilmente ocorriam na sala de aula).<br />
2) Considerar as idéias do aluno para ensinar, interagindo com elas.<br />
Como vínhamos apontando, mesmo durante a exposição oral, os professores<br />
escutam o que as crianças e adolescentes têm a dizer, interagindo com as idéias apresentadas.<br />
A aula se tornava dinâmica e era possível perceber a preocupação dos professores em tornar<br />
esta interação discursiva um incentivo ao envolvimento do aluno (claro que muitas vezes, havia<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />
135