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POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp

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Políticas de formação docente<br />

moradores, ou ainda, na organização dos trabalhadores em<br />

sindicatos (SILVA, 1999, p. 50).<br />

Na década de 90, a educação brasileira sofreu a influência tanto de<br />

organismos transnacionais quanto do novo cenário sócio-político e econômico, que priorizaram a<br />

racionalidade financeira e, conseqüentemente, instaura-se o Estado Mínimo. Nessa perspectiva,<br />

promove-se a descentralização do ensino e, a Educação Infantil passou a ser da responsabilidade<br />

dos municípios que, geralmente, não têm condições de custeá-la, devidamente.<br />

O artigo 30, seção II da LDB, que versa sobre a Educação Infantil, enfatiza que ela<br />

“será oferecida”, ou seja, que embora seja um direito constitucional da criança, é tratada como<br />

“oferta”, ao contrário do ensino fundamental que, além de obrigatório, na época, era favorecido<br />

pelo FUN<strong>DE</strong>F (Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Ensino Fundamental). Na atualidade,<br />

assiste-se ao processo de implementação do FUN<strong>DE</strong>B (Fundo Nacional de Desenvolvimento da<br />

Educação Básica) que, por contemplar a Educação Infantil, poderá contribuir para sua<br />

universalização.<br />

2.2 Formação e Profissionalização de Professores para a Educação Infantil<br />

Remontando a história da educação nacional, a Lei de 15 de outubro de 1827,<br />

determinou a criação de “escolas de primeiras letras”, nas províncias mais populosas. Essas<br />

escolas promoviam o ensino da leitura, dos rudimentos da aritmética e utilizavam o Método de<br />

Lancaster que empregava o sistema de monitoria.<br />

Em 1835, em Niterói, é instalada a primeira Escola Normal do Império, sendo esta<br />

iniciativa seguida, sem sucesso, por outras províncias.<br />

No final dos anos 30, do século XIX, é instalada a primeira Escola Normal do Rio de<br />

Janeiro, que recebeu influência francesa e que se destacou pela qualidade do ensino ministrado.<br />

No final do Império, o magistério da Educação Infantil e do Ensino Primário passou<br />

a ser exercido, sobretudo, pelas mulheres, estando mais vinculado a uma concepção de<br />

sacerdócio e vocação, do que a uma perspectiva de profissionalização, pois eram valorizados<br />

“dons especiais e atributos morais e religiosos”. (CAMPOS, 2002; TANURI, 2002). Na atualidade,<br />

ainda existem resquícios dessa concepção, especialmente no âmbito da Educação Infantil, cujos<br />

docentes são, geralmente, desvalorizados e recebem uma remuneração menor, do que os<br />

professores de outros níveis de ensino.<br />

Cury (2000) enfatiza que o processo de formação docente no País, muitas vezes,<br />

volta ao passado, buscando resgatar essa concepção de ensino, pautada na moralização dos<br />

alunos, de acordo com preceitos católicos e a tradição de uma “cultura da oralidade”.<br />

As escolas normais, na época retratada, tinham como alunas, mulheres de classes<br />

menos favorecidas, que escolhiam entre casar-se ou ser professora. A formação dessas docentes<br />

era mais pragmática, sem consistência teórica, pois a educação feminina era considerada, na<br />

IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />

UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />

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