POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
interação com o sujeito, a reflexão sobre a prática do trabalho e a elaboração de programas<br />
instrucionais que priorizem a totalidade do processo de trabalho.<br />
104<br />
Segundo Alaniz (2004) o trabalho costumeiramente desenvolvido pelo profissional<br />
da educação (o pedagogo) refere-se a oferecer instrumentos para que o sujeito aprenda a<br />
desvendar a realidade.<br />
Para que o conhecimento aconteça por parte do sujeito, o pedagogo tem um papel<br />
fundamental que é o de oferecer subsídios de cunho teórico-prático para que a partir da ação o<br />
sujeito interfira na realidade.<br />
Nesse sentido, o educador não é um mero transmissor de conhecimento, mesmo<br />
porque o processo pelo qual consolida-se o conhecimento pressupõe a interação entre sujeito<br />
estruturante e objeto a ser estruturado, assim, faz-se imprescindível notar que a função essencial<br />
do educador está em oferecer além dos conteúdos, os instrumentos que possibilitem e estimulem<br />
a busca do conhecimento por parte do sujeito.<br />
Nos processos produtivos o pedagogo não pretende ensinar a fazer o trabalho,<br />
mesmo porque ele não possui competência técnica para esse tipo de conteúdo específico e,<br />
ainda, essa concepção contradiz com a formação do sujeito criativo e ativo “Os meios de<br />
representação não podem ser ensinados, assim como não se pode ensinar a forma ensinar e<br />
aprender significa ter compreendido e compreender. A afirmação de que a forma pode ser ensinada<br />
só pode parecer verdadeira a um intelecto grosseiro.” (CARISTI, 1999, p. 249 apud ALANIZ, 2004).<br />
Como mencionado, se há no mundo do trabalho a necessidade de um conhecimento<br />
de caráter mais criativo e ativo, então a interação entre os profissionais responsáveis pela produção<br />
demonstra ser essencial. Essa interação conjuga a troca recíproca de conhecimento, de um lado,<br />
os técnicos, com o saber adquirido pelos anos de experiência na profissão e alguma formação<br />
institucional, de outro, os engenheiros e outros profissionais com formação de nível mais elevado,<br />
mas que muitas vezes se encontram desprovidos de condições para socializar esse conhecimento<br />
com os demais. Assim, esses últimos acabam por centralizar em si a escolha dos procedimentos<br />
a serem utilizados na produção, perdendo a contribuição prática dos trabalhadores e emperrando<br />
a organização da empresa de acordo com as novas formas de organização do trabalho.<br />
Tudo parece indicar que a necessidade do mercado não se encontra mais<br />
fundamentada na divisão entre planejar e executar, por isso os treinamentos realizados<br />
simplesmente com suporte técnico não são mais suficientes. Para trabalhar nas novas formas de<br />
organização do trabalho, parece ser necessário o desenvolvimento intelectual e comportamental<br />
visando o trabalho conjunto.<br />
Como parte de uma equipe interdisciplinar, o pedagogo, por compreender o processo<br />
cognoscente, pode contribuir na aprendizagem do profissional aguçando o desenvolvimento das<br />
potencialidades individuais através da interação entre os profissionais na seleção de metodologias<br />
adequadas proporcionando, assim, condições para que ocorra a aprendizagem por meio do<br />
trabalho. Um outro aspecto da formação do pedagogo refere-se à reflexão acerca das possibilidades<br />
do estabelecimento de relações entre as dimensões teórica e prática do conhecimento.<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO