POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DOCENTE - Unesp
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Políticas de formação docente<br />
O apoio em conhecimentos da Psicologia dá lugar a argumentos poderosos<br />
em prol da Progressão Continuada, principalmente no que diz respeito aos Ciclos como tempos<br />
escolares, às diferenças entre os alunos e ao desânimo diante da retenção/reprovação. Um dos<br />
argumentos é o de que ocorre um rebaixamento na auto-estima do aluno que é reprovado,<br />
dificultando ainda mais o seu sucesso no decorrer dos estudos.<br />
A idéia de que a Progressão Continuada se fundamenta no Construtivismo<br />
é aceita por Jacomini (2004) e por Nutti & Reali (2002), pois, segundo estas últimas, são centrais<br />
as idéias de que toda criança é capaz de aprender e que a aprendizagem não é um processo<br />
linear e, portanto, deve permitir que alunos atrasados avancem em seus conhecimentos e alcancem<br />
os demais alunos. Para os professores, o Construtivismo está presente na Progressão Continuada<br />
quando esta indica, por exemplo, que se deve partir do cotidiano do aluno, do seu real contexto de<br />
aprendizagem, idéia generalizada e que faz parte da concepção de construtivismo de professores,<br />
conforme atestam alguns estudos (MASSABNI, 2005; SILVA, 2005; TORRES, 2004).<br />
As premissas psicológicas que estariam estruturando a Progressão<br />
Continuada são bem esclarecidas por Neubauer (2000). Resumimos brevemente estas premissas,<br />
que serão retomadas adiante:<br />
- O ser humano, desde o início de sua vida, apresenta ritmos e estilos para<br />
realizar toda e qualquer aprendizagem;<br />
- Toda aprendizagem é um processo contínuo, que ocorre em progressão e<br />
não pode nem deve ser interrompido ou sofrer retrocessos (pois isto prejudica a auto-imagem e a<br />
motivação para aprender);<br />
dos ambientes sociais;<br />
- Toda criança normal é capaz de aprender;<br />
- Aprendizagens podem ocorrer com maior ou menor rapidez em função<br />
- O desempenho cognitivo e acadêmico de estudantes de diferentes estratos<br />
sociais tende a atingir, no início da escolaridade, patamares semelhantes, se oferecidos reforço e<br />
orientação para os que mostram dificuldades.<br />
Todos os pontos acima têm a Psicologia como fundamento. Assim, a<br />
instituição da Progressão Continuada na década de 1990, em São Paulo, ocorre apoiada em<br />
justificativas psicológicas.<br />
Admitindo então, que há um construtivismo na proposta de Progressão<br />
Continuada implantada no Estado de São Paulo, analisaremos se seus principais argumentos<br />
conferem com o Construtivismo de Piaget que, desde a Lei 5692/71, busca-se “aplicar” à Educação<br />
(CHAKUR, 1995).<br />
Os argumentos psicológicos da proposta de Progressão Continuada coincidem<br />
com os pressupostos do Construtivismo piagetiano?<br />
Quando falamos em Progressão Continuada, isto é fato: não se encontra<br />
referência explícita a Piaget como autor-fonte das idéias e raramente se fala em Construtivismo,<br />
IX CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE <strong>FORMAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> EDUCADORES - 2007<br />
UNESP - UNIVERSIDA<strong>DE</strong> ESTADUAL PAULISTA - PRO-REITORIA <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO<br />
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