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D.Quixote de La Mancha - Unama

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www.nead.unama.br<br />

quem soube impor silêncio aos Belianizes,<br />

quem, montado em Rocinante, vagueou,<br />

jaz morto, enfim, sob esta lousa fria.<br />

Do Apaniguado, acadêmico <strong>de</strong> Argamasilla, in lau<strong>de</strong>m Dulcinéia <strong>de</strong>l Toboso.<br />

Esta que vês <strong>de</strong> rosto amondongado,<br />

alta <strong>de</strong> peitos, e a<strong>de</strong>mã brioso,<br />

é Dulcinéia, rainha <strong>de</strong>l Toboso,<br />

<strong>de</strong> quem esteve o grão <strong>Quixote</strong> enamorado.<br />

Pisou por ela um e o outro lado<br />

da gran<strong>de</strong> Serra Negra, e o bem famoso<br />

campo <strong>de</strong> Montiel, e o chão relvoso<br />

<strong>de</strong> Aranjuez, a pé e fatigado.<br />

Culpa <strong>de</strong> Rocinante! ó dura estrela!<br />

Que esta manchega dama, e este invicto<br />

andante cavaleiro, em tenros anos<br />

ela <strong>de</strong>ixou, morrendo, <strong>de</strong> ser bela,<br />

ele, ainda que em mármores inscrito,<br />

não evitou o amor, iras e enganos.<br />

Do Caprichoso, discretíssimo acadêmico <strong>de</strong> Argamasilla, em louvor <strong>de</strong> Rocinante,<br />

cavalo <strong>de</strong> D. <strong>Quixote</strong> <strong>de</strong> la <strong>Mancha</strong>.<br />

SONETO<br />

No alto e soberbo trono diamantino,<br />

que com sangrentas plantas pisa Marte,<br />

o manchego frenético o estandarte<br />

tremula, com esforço peregrino.<br />

Pendura as armas e o aço fino,<br />

com que assola, <strong>de</strong>stroça, racha e parte!<br />

Novas proezas! mas inventa a arte<br />

um novo estilo ao novo paladino.<br />

Se do seu Amadis se orgulha a Gaula,<br />

por cuja prole a Grécia gloriosa<br />

mil vezes triunfou e a fama ensancha;<br />

cinge a <strong>Quixote</strong> um dia<strong>de</strong>ma a aula<br />

a que presi<strong>de</strong> a <strong>de</strong>usa belicosa,<br />

e orgulha-se <strong>de</strong>le a altiva <strong>Mancha</strong>.<br />

Nunca as suas glórias o olvido mancha,<br />

pois que até Rocinante em ser galhardo<br />

exce<strong>de</strong> a Brillador, vence a Baiardo.<br />

Do Burlador, acadêmico argamasilesco, a Sancho Pança.<br />

SONETO<br />

Pobre <strong>de</strong> corpo, <strong>de</strong> bravura rico,<br />

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