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07 – Santo Agostinho - Charlezine

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lágrimas. Ainda não havia alcançado a verdade, mas já me tinha arrancado do erro. Tendo<br />

a certeza de que Vós, que lhe prometestes a graça total, me daríeis o que faltava,<br />

respondeu-me com grande calma e com o coração cheio de confianças que esperava em<br />

Cristo que, antes de partir desta vida, me havia de ver fiel católico. Foi isso o que me<br />

disse. Mas, diante de Vós, ó fonte de misericórdias, aumentava cada vez mais as súplicas e<br />

lágrimas, para que apressásseis o vosso auxílio e iluminásseis as minhas trevas 195. Por isso<br />

corria com mais diligência à igreja, ficando suspensa dos lábios de Ambrósio como "duma<br />

fonte de água que jorra para a vida eterna 196". Ela amava este homem como um anjo de<br />

Deus, porque sabia que fora ele quem me tinha levado a flutuar nesta dúvida. Antevia,<br />

com absoluta certeza, que eu ia passar da doença para a saúde, depois de sofrer de<br />

permeio um perigo mais grave, o dessa dúvida, que era o paroxismo da enfermidade, que<br />

os médicos chamam estado crítico.<br />

2<br />

A obediência de Mônica<br />

2. Assim, trazendo papas, pão e vinho puro, como em África costumava fazer,<br />

levando-os para junto das sepulturas dos santos, foi impedida pelo ostiário 197.<br />

Apenas soube que o bispo 198 tinha proibido tal costume, tão piedosa e<br />

submissamente se conformou, que me admirei de que ela começasse antes a reprovar o<br />

seu hábito e não a discutir semelhante proibição. É que o seu espírito não estava<br />

perturbado pela embriaguez, nem o amor do vinho a incitava ao ódio da verdade, como a<br />

muitos homens e mulheres que, ante um cântico de sobriedade, experimentam a mesma<br />

náusea que os ébrios diante duma bebida aguada. Mas trazendo o cabaz com as iguarias<br />

usuais para comer e distribuir, não bebia mais que um pequeno copo de vinho, temperado<br />

segundo o seu paladar bastante sóbrio, para em nada desdizer da sua dignidade. E, se<br />

havia muitas sepulturas de mortos a honrar daquele modo, levava sempre o mesmo copo,<br />

usando-o em toda parte, de tal maneira que não só já estava muito aguado, mas até<br />

bastante quente, e distribuindo-o em pequenos tragos por todos os seus que se achavam<br />

presentes, porque buscava a piedade e não o prazer.<br />

195<br />

Sl 7, 11; 17,29.<br />

196<br />

Jó 4, 14.<br />

197<br />

Porteiro do templo e do cemitério. (N. do T.)<br />

198 <strong>Santo</strong> Ambrósio. (N. do T.)

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