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07 – Santo Agostinho - Charlezine

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Comuniquei por carta, ao vosso santo Bispo Ambrósio, os meus desregramentos<br />

passados e a minha resolução presente, para que me indicasse o que de preferência devia<br />

ler nas vossas Escrituras, a fim de melhor me dispor e de me tornar mais apto para a<br />

recepção de tão insigne graça.<br />

Ordenou-me que lesse o profeta Isaías, segundo me parece, por ter vaticinado,<br />

mais claramente do que qualquer outro, o vosso Evangelho e a vocação dos gentios à fé.<br />

Mas não o compreendi na primeira leitura, e, julgando que todo ele era assim obscuro,<br />

deferi a sua repetição para quando estivesse mais experimentado na palavra do Senhor.<br />

6<br />

O batismo<br />

14. Chegada a ocasião em que convinha inscrever-me entre os catecúmenos,<br />

deixando o campo, voltamos a Milão 400. Quis também Alípio renascer para Vós,<br />

juntamente comigo, no batismo, já revestido da humildade tão conforme com os vossos<br />

sacramentos. Era ele um fortíssimo domador do corpo, a ponto de trilhar descalço, com<br />

insólito arrojo, o solo regelado de Itália.<br />

Juntamos também a nós Adeodato, o filho carnal do meu pecado, a quem tínheis<br />

dotado de grandes qualidades. Com quinze anos incompletos ultrapassava já em talento a<br />

muitos homens idosos e doutos. Confesso estes vossos dons, Senhor meu Deus, Criador<br />

de todas as coisas e tão poderoso para corrigir as nossas deformidades, porque nada de<br />

meu havia nesse jovem, além do pecado. Se por mim fora criado na vossa lei, fostes Vós e<br />

mais ninguém quem no-lo inspirou. Confesso-Vos, pois, estes vossos dons.<br />

Há um livro meu que se intitula De Magistro, onde ele dialoga comigo. Sabeis que<br />

todas as opiniões que aí se inserem, atribuídas ao meu interlocutor, eram as dele quando<br />

tinha dezesseis anos. Notei nele coisas ainda mais prodigiosas. Aquele talento causava-me<br />

calafrios de admiração, pois quem, senão Vós, poderia ser o artista de tais maravilhas?<br />

Depressa lhe tirastes a vida da terra. É com a maior tranqüilidade que eu me<br />

lembro dele, nada lhe receando na infância, nem na adolescência, nem no decurso da<br />

idade.<br />

Associamo-lo a nós como irmão na graça, para o educarmos na vossa lei.<br />

Recebemos o batismo e abandonou-nos a preocupação da vida passada.<br />

400 Em março de 387. (N. do T.)

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