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07 – Santo Agostinho - Charlezine

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etidão quando disse: "o 'sim' era nele" (em Cristo); tanto mais que ele. mesmo se<br />

confessa indouto na arte de falar 9? Como pensas que se possa refutar essa objeção?<br />

ADEODATO<br />

— Não saberia o que opor, e rogo-te que procures algum daqueles em quem se<br />

reconhece máxima autoridade na arte da palavra, para demonstrar o que desejas.<br />

AGOSTINHO<br />

— Parece-te, pois, que a razão por si mesma, sem o apoio da autoridade, não seja<br />

suficiente para demonstrar que todas as partes da oração significam algo e que, por isto,<br />

cabe-lhes uma denominação; ora, se se chamam, também se nomeiam, e, se se nomeiam,<br />

terão de nomear-se com o nome; o que se vê mui facilmente nas diversas línguas. Pois<br />

quem é que não vê que, se perguntarmos como os gregos nomeiam o que nós nomeamos<br />

"quis" (quem), responder-se-ia -τίς, ; como nomeiam o que nós nomeamos "volo " (quero),<br />

responder-se-ia θέλω; aquilo que nós nomeamos "bene" (bem), eles καλως ; n que nós<br />

nomeamos "scriptum " (escrito), eles το ΥεΥραμμένον ; o que nós "et"(è), eles καί ; o que<br />

nós "ab" (por, de), eles απο ; o que nós "heu " (ai), eles οί ; e em todas estas partes da<br />

oração que agora enumerei, retamente fala quem assim interrogar; e seria possível isto se<br />

não fossem nomes? Que sob este aspecto o Apóstolo Paulo tenha falado corretamente,<br />

podemos demonstrá-lo mediante este processo, sem invocarmos a autoridade de todos os<br />

oradores: que necessidade há, portanto, de procurarmos em outros o apoio para a nossa<br />

opinião?<br />

— Mas se houver alguém tão tardio ou tão teimoso que ainda não ceda e firme<br />

não ceder sem a autoridade daqueles autores, aos quais, por consenso de todos, se<br />

atribuem as normas da arte de falar, quem se poderia encontrar na língua latina mais<br />

excelente do que Cícero? Ora, este, nas suas nobilíssimas orações que apelidamos<br />

"verrinas", chama nome ao termo "coram " (diante de), ainda que naquela passagem possa<br />

ser tomado como preposição ou como advérbio. Mas, porque poderia acontecer que eu<br />

não esteja compreendendo bem aquela passagem, que poderá ser interpretada<br />

diversamente por outrem, vou citar um caso a que não creio se possa objetar nada. Os<br />

mais conhecidos mestres de dialética dizem que uma frase completa resulta formada pelo<br />

nome e pelo verbo, quer seja afirmativa ou negativa; o que Túlio (Cícero), em certa<br />

passagem, denomina enunciado ou proposição. Quando o verbo está na terceira pessoa,<br />

9 2 Cor 11,6.

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