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07 – Santo Agostinho - Charlezine

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existiriam na sua totalidade se cada palavra, depois de emitidas as sílabas, se não<br />

extinguisse, para outra lhe suceder.<br />

Que minha alma Vos louve por tudo isso, ó meu Deus, Criador de todas as coisas.<br />

Que não se agarre a elas pelo visco do amor que entra pelos sentidos do corpo. Também<br />

as coisas caminham para não existirem, e dilaceram a alma com desejos pestilenciais,<br />

porque ela quer existir e gosta de descansar no que ama. Mas não tem onde, porque as<br />

coisas não são estáveis: fogem. Quem as pode seguir com a sensibilidade? Quem as pode<br />

alcançar mesmo quando presentes? A sensibilidade é vagarosa porque é sensibilidade. Tal<br />

é a sua condição. É suficiente para aquilo para que foi criada; mas não o é para reter as<br />

coisas que transitam dum princípio devido para um fim que lhes é devido, porque, no<br />

vosso Verbo, que as criou, ouvem estas palavras: "Daqui até ali".<br />

11<br />

Eis a paz!. . .<br />

16. Não sejas vã, ó minha alma, nem ensurdeças o ouvido do coração com o<br />

tumulto da tua vaidade. Ouve também: o mesmo Verbo clama que voltes. O lugar do<br />

descanso imperturbável está onde o Amor não é abandonado, a não ser que o Amor nos<br />

abandone primeiro. Eis como estas coisas passam, para outras lhes sucederem, e assim se<br />

formar de todas as suas partes este mundo, cá embaixo. "Afasto-me eu, porventura, para<br />

outro lugar?", diz o Verbo de Deus. Fixa aqui, ó alma, a tua mansão. Retribui-lhe tudo o<br />

que dele alcançaste, já que estás cansada de tantos enganos.<br />

Entrega à Verdade tudo o que tens recebido da Verdade, e não só não perderás<br />

nada, mas ainda a tua podridão reflorescerá, as tuas fraquezas serão curadas, as tuas<br />

frouxidões serão reformadas, rejuvenescidas e estreitamente unidas a ti, sem te colocarem<br />

na ladeira por onde descem, mas ficando contigo e permanecendo junto do Deus sempre<br />

estável e eterno.<br />

17. Por que é que tu, perversa, segues a tua concupiscência? Que ela te siga a ti,<br />

quando retrocederes. O que por ela sentes constitui partes, e tu ignoras o todo formado<br />

por essas partes que ainda te deleitam. Mas se a sensibilidade do teu corpo fosse apta para<br />

receber o todo — e se na parte do todo não tivesses recebido, para teu castigo, a justa<br />

limitação —, quererias que passasse o que presentemente existe, para que o conjunto mais<br />

te deleitasse. Ora, tu ouves pelos mesmos sentidos carnais o que pronunciamos, e

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