19.04.2013 Views

07 – Santo Agostinho - Charlezine

07 – Santo Agostinho - Charlezine

07 – Santo Agostinho - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Mas também Vos louvam lá do alto do céu. . . Entoam os vossos louvores, Deus<br />

Nosso, "nas alturas, todos os vossos anjos, todas as potestades, o Sol e a Lua, todas as<br />

estrelas e a luz, os céus dos céus. Também as águas que estão sobre os céus exaltam o<br />

vosso Nome 259". Já não desejava coisas melhores, porque, abarcando tudo com o<br />

pensamento, via que os elementos superiores são incontestavelmente mais perfeitos que<br />

os inferiores. Mas um juízo mais sensato fazia-me compreender que a criação em<br />

conjunto valia mais que os elementos superiores tomados isoladamente.<br />

14<br />

A trajetória dum erro<br />

20. Não há saúde naqueles a quem desagrada alguma parte da vossa criação, como<br />

em mim também não a havia, quando me não agradavam muitas coisas que criastes.<br />

Porque a minha alma não ousava desgostar-se do meu Deus, recusava olhar como obra<br />

vossa tudo o que lhe não agradava. Por isso, lançara-se na "teoria das duas substâncias 260",<br />

mas não encontrava descanso, e apenas expressava opiniões alheias.<br />

Desembaraçando-se destes erros, a minha alma tinha imaginado, para si, um Deus<br />

que se difundia por toda parte através do espaço infinito. Julgando que éreis Vós, colocara<br />

esse Deus no seu coração, e de novo ela se transformou num templo abominável do seu<br />

ídolo 261. Todavia, depois que afagastes, sem eu o saber, a minha cabeça e fechastes "meus<br />

olhos para que não vissem a vaidade 262", desprendi-me um pouco de mim mesmo, e a<br />

minha loucura adormeceu profundamente . . . Despertei em vossos braços, e vi que éreis<br />

infinito, mas não daquele modo. Esta visão não provinha da carne.<br />

15<br />

A harmonia da criação<br />

21. Olhei depois para as outras coisas e vi que Vos deviam a existência. Vi que<br />

tudo acaba em Vós, mas não como quem termina num espaço material. Vós sois Aquele<br />

que tudo conserva na Verdade, como se tudo sustivésseis na palma da mão. Por isso todas<br />

as coisas são verdadeiras enquanto existem, e não há falsidade senão quando se julga que<br />

existe aquilo que não existe.<br />

259 Sl 148, 1-5.<br />

260 Refere-se à doutrina maniqueísta do dualismo do bem e do mal, isto é, da luz e das trevas. (N. do T.)<br />

261 Aquela noção de que Deus era "ídolo" porque a alma materializava e circunscrevia ao espaço o Ser infinito. (N. do T.)<br />

262 Sl 118,37.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!