19.04.2013 Views

07 – Santo Agostinho - Charlezine

07 – Santo Agostinho - Charlezine

07 – Santo Agostinho - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

falamos, alguém nos perguntar o que é falar, isto se demonstra facilmente por si mesmo:<br />

falando.<br />

— Com isto ficamos avisados de que: ou se mostram sinais com sinais ou, com<br />

sinais, se mostram outras coisas que sinais não são, ou então, sem sinal podem mostrar-se<br />

as coisas que podemos fazer depois de interrogados: e, desses três casos, detivemo-nos a<br />

considerar e discutir com mais minúcia o primeiro. Mediante esta discussão, ficou<br />

esclarecido que existem sinais que não podem, por sua vez, ser significados pelos sinais<br />

que eles significam, como acontece no caso do quadrissílabo"coniunctio "(conjunção); ao<br />

passo que existem outros que, ao contrário, o podem, como quando dizemos "sinal" e<br />

entendemos significar também "palavra", pois sinal e palavra são dois sinais e duas<br />

palavras (sinal-palavra, palavra-sinal). Neste caso em que os sinais se significam<br />

reciprocamente, demonstramos, ainda, que uns não têm o mesmo valor, outros o têm<br />

igual, e outros finalmente são idênticos. Assim, quando proferimos este dissílabo, "sinal",<br />

certamente indicamos todos os sinais com que uma coisa pode ser indicada ou significada:<br />

mas, se dizemos "palavra", esta não é o sinal de todos os sinais, mas apenas dos que se<br />

pronunciam articulando a voz. Donde resulta manifesto que — embora "palavra"<br />

também seja indicada com um sinal, e "sinal" (signum) com "palavra" (verbum), isto é, estas<br />

duas sílabas por aquelas, e aquelas por estas —, no entanto, "sinal" vale mais que<br />

"palavra", porque aquelas duas sílabas (sinal) denotam mais coisas que estas (palavra).<br />

Têm, porém, o mesmo valor "palavra" em geral e "nome" em geral. Ensinou-nos, pois, o<br />

raciocínio que todas as partes da oração também são nomes, sendo que a todas podemos<br />

substituir pelo pronome e de todas podemos dizer que "nomeiam" algo, e não há<br />

nenhuma que não forme, se lhe acrescentarmos o verbo, uma proposição ou um<br />

enunciado completo. Mas, não obstante "nome" e "palavra" tenham o mesmo valor, pois<br />

tudo o que é "palavra" é "nome", também, no entanto, não são idênticos. Vimos, durante<br />

a discussão, com bastante probabilidade, que uma é a razão por que se diz "verba"<br />

(palavras) e outra por que "nomina" (nomes). A primeira refere-se à percussão (verberatio)<br />

do ouvido, a segunda ao conhecimento (commemoratio: notio, noscere) do espírito; por isso<br />

dizemos muito bem, quando falamos qual é o "nome" desta coisa desejando gravá-la na<br />

memória, e não dizemos, ao contrário, "palavra". Entre os sinais que não têm apenas o<br />

mesmo valor, mas são completamente idênticos, diferenciando-se só pelo som das letras,<br />

encontramos "nomen" (nome) e όνομα (nome). A respeito desse gênero de sinais que se

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!