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07 – Santo Agostinho - Charlezine

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AGOSTINHO<br />

— Nessa tríplice distribuição vamos primeiro considerar, se quiseres, o caso em<br />

que se mostram sinais com sinais: mas as palavras sozinhas são sinais?<br />

ADEODATO<br />

— Não.<br />

AGOSTINHO<br />

— Parece-me, portanto, que, falando, significamos pelas palavras ou as próprias<br />

palavras ou outros sinais, como seria o gesto quando falamos, ou as letras quando<br />

escrevemos; porque as coisas que indicamos com estes dois vocábulos (gesto e letra) ou<br />

são ainda sinais (o próprio gesto e as próprias letras), ou algo que não é sinal, como<br />

quando dizemos "pedra". Esta palavra, pois, é um sinal enquanto significa algo, mas não é<br />

um sinal o que ela indica. Este gênero de palavras que significam coisas que não são sinais<br />

não pertence, porém, à parte que nos propomos discutir. Com efeito, nós nos propomos<br />

considerar o caso dos sinais que se mostram por sinais, e nele distinguimos dois aspectos:<br />

ou se ensinam e recordam os mesmos sinais, ou outros sinais diferentes. Não te parece?<br />

ADEODATO<br />

— Está claro.<br />

AGOSTINHO<br />

— Dize-me, então: os sinais que são palavras a qual dos sentidos pertencem?<br />

ADEODATO<br />

— Ao ouvido.<br />

AGOSTINHO<br />

— E o gesto?<br />

ADEODATO<br />

— A vista.<br />

AGOSTINHO<br />

— Como? Quando encontramos palavras escritas, estas, por acaso, não serão<br />

também palavras? Ou, mais exatamente, não serão entendidas como sinais de palavras, de<br />

maneira que a palavra seja o que se profere, com certo significado, mediante a articulação<br />

da voz? Mas a voz não pode ser percebida por outro sentido a não ser pelo ouvido; daí<br />

resulta que, quando se escreve uma palavra, apresenta-se para os olhos um sinal, que<br />

desperta na mente o que se percebe com o ouvido.

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