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07 – Santo Agostinho - Charlezine

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gumes 6<strong>07</strong>, para que desaparecessem! O meu desejo era vê-los morrer a si mesmos, a fim<br />

de viverem para Vós!<br />

Outros, então, apresentam-se não como críticos, mas como panegiristas do Gênesis.<br />

Dizem eles: "O Espírito de Deus, que, por meio de seu servo Moisés, escreveu estas<br />

palavras, não quis de maneira nenhuma dar-lhes esse sentido com que o interpreta, mas<br />

estoutro que nós lhe damos".<br />

Árbitro.<br />

Eis, ó Deus de todos nós, a resposta que dou a esses intérpretes, tomando-Vos por<br />

15<br />

Em discussão<br />

18. Atrever-vos-eis a apontar como falso o que a Verdade, com voz clara,<br />

comunica ao ouvido da minha alma, acerca da verdadeira eternidade do Criador? Direis<br />

que a sua substância nunca varia com o tempo nem jamais a sua vontade prescinde da sua<br />

substância? Deste princípio se deduz que Deus não quer ora isto, ora aquilo, mas que o<br />

que uma vez quis, simultaneamente e para sempre o quer. Não pode querer repetidas<br />

vezes nem querer agora uma coisa, e logo outra, nem querer depois o que antes não<br />

queria ou deixar de querer o que queria, porque tal vontade, sendo mutável, não é eterna;<br />

ora, o nosso Deus é eterno.<br />

Mais ainda. Essa voz que fala ao ouvido interno da minha alma declara-me que a<br />

expectação das coisas futuras passará a ser intuição, quando se cumprirem. A sua intuição<br />

transformar-se-á em memória, depois de se realizarem. Mas todo o pensamento que assim<br />

varia, é mutável, e o mutável não é eterno; ora, o nosso Deus é eterno.<br />

Condensando e reunindo todas estas verdades, deduzo que o meu Deus, o Deus<br />

eterno, não criou o mundo por um novo ato de vontade, e que nem a sua ciência pode<br />

sofrer alguma transição.<br />

19. Que me respondeis, ó contraditares? São falsas estas coisas? "Não",<br />

respondem. Então quê? Porventura é falso que toda criatura revestida de forma, ou toda<br />

matéria capaz de forma só existem por Aquele que, por ser o Ente supremo, é<br />

soberanamente bom? "Também não", dizem eles. Então, que negais? Talvez o que afirmei<br />

da existência duma criatura sublime unida ao Deus verdadeiro e verdadeiramente eterno,<br />

6<strong>07</strong> Sl 149, 6; Eclo 21,4.

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