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07 – Santo Agostinho - Charlezine

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aparecimento do sol, nem aquela imagem formada no meu espírito são o mesmo<br />

nascimento do sol, ainda que, para se predizer este futuro, se devam enxergar a aurora e a<br />

sua imagem como presentes.<br />

Por conseguinte, as coisas futuras ainda não existem; e se ainda não existem, não<br />

existem presentemente. De modo algum podem ser vistas, se não existem. Mas podem ser<br />

prognosticadas pelas coisas presentes que já existem e se deixam observar.<br />

19<br />

Oração ao senhor do futuro<br />

25. Declarai-nos, pois, ó Soberano das vossas criaturas, de que modo ensinais às<br />

almas os acontecimentos futuros, pois não se pode duvidar de que os revelastes aos<br />

vossos profetas. De que modo ensinais as coisas futuras, ó Senhor para quem não há<br />

futuro? Ou antes, de que modo ensinais algumas coisas presentes acerca do futuro? Pois o<br />

que não existe também não pode, evidentemente, ser ensinado!<br />

Este modo misterioso está demasiado acima da minha inteligência. Supera as<br />

minhas forças. Por mim não poderei atingi-lo. Porém, podê-lo-ei por Vós, quando mo<br />

concederdes, ó doce luz dos ocultos olhos da minha alma.<br />

20<br />

Conclusão desta análise: nova terminologia<br />

26. O que agora claramente transparece é que nem há tempos futuros nem<br />

pretéritos. É impróprio afirmar que os tempos são três: pretérito, presente e futuro. Mas<br />

talvez fosse próprio dizer que os tempos são três: presente das coisas passadas, presente<br />

das presentes, presente das futuras. Existem, pois, estes três tempos na minha mente que<br />

não vejo em outra parte: lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas<br />

presentes e esperança presente das coisas futuras. Se me é lícito empregar tais expressões,<br />

vejo então três tempos e confesso que são três.<br />

Diga-se também que há três tempos: pretérito, presente e futuro, como ordinária e<br />

abusivamente se usa. Não me importo nem me oponho nem critico tal uso, contanto que<br />

se entenda o que se diz e não se julgue que aquilo que é futuro já possui existência, ou<br />

que, o passado subsiste ainda. Poucas são as coisas que exprimimos com terminologia<br />

exata. Falamos muitas vezes sem exatidão, mas entende-se o que pretendemos dizer!

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