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REVISTA N. 24.p65 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do ...

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É como voto.<br />

Dra. Lúcia Liebling Kopittke:<br />

Rev. <strong>do</strong> TRE/RS, Porto Alegre, v.12, n.24, jan./jun. 2007<br />

ACÓRDÃOS<br />

Com a vênia <strong>do</strong>s demais colegas, vou manter o voto anterior, que vai<br />

abaixo transcrito, já <strong>do</strong> conhecimento de to<strong>do</strong>s, no senti<strong>do</strong> de dar pela procedência<br />

da representação, impon<strong>do</strong> a multa em seu patamar mínimo e cassan<strong>do</strong><br />

o registro ou diploma <strong>do</strong>s candidatos.<br />

Voto proferi<strong>do</strong> no Proc. Cl. 16, n. 2992006<br />

Nestes últimos dias, meus pensamentos, meu trabalho estão<br />

volta<strong>do</strong>s para os processos <strong>do</strong>s candidatos eleitos, proprietários de<br />

casas de passagem, albergues ou seja lá o nome que se dê a estes<br />

locais.<br />

E, num <strong>do</strong>s momentos de reflexão, veio-me à memória algo<br />

que vivenciei e que me tirou qualquer dúvida sobre a posição que assumi<br />

no julgamento destes casos.<br />

Há alguns anos, quan<strong>do</strong> presidia a Secretaria da Justiça de nosso<br />

Esta<strong>do</strong> um político proeminente <strong>do</strong> RS, fui chamada a colaborar na reorganização<br />

da Junta Comercial, que, com seus 78.000 processos<br />

quase que para<strong>do</strong>s, atravancan<strong>do</strong> mesas, escadas, corre<strong>do</strong>res <strong>do</strong> velho<br />

prédio onde funcionava, estava geran<strong>do</strong> um caos nas empresas gaúchas,<br />

impossibilitadas de registrar contratos ou alterações, de participar<br />

de licitações, enfim, causan<strong>do</strong> sérios entraves ao desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>Grande</strong> <strong>do</strong> Sul, de forma assusta<strong>do</strong>ra. Jornais noticiavam as<br />

dificuldades <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong>, o fechamento de empresas que perderam<br />

grandes concorrências, e nada era feito.<br />

Assumin<strong>do</strong> a Secretaria à qual é vinculada, administrativamente,<br />

a Junta Comercial, o ilustre secretário, de imediato, foi verificar o<br />

que estava ocorren<strong>do</strong> para encontrar uma solução.<br />

Descobriu-se que a Junta Comercial havia se torna<strong>do</strong> uma fonte<br />

de votos para os políticos. Aqueles que necessitassem da liberação<br />

de algum <strong>do</strong>cumento daquele Órgão tinham duas possibilidades: esperar<br />

quase um ano pela liberação ou encontrar um político amigo<br />

que lhes agraciasse com um cartão pedin<strong>do</strong> celeridade ao processo e<br />

que servia de varinha mágica para obter o <strong>do</strong>cumento em até menos<br />

de 24 horas.<br />

Para que fossem atendi<strong>do</strong>s os cartõezinhos, os funcionários<br />

que, diga-se de passagem, eram muito poucos e não tinham as mínimas<br />

condições de exercer suas funções, num prédio antigo, sem ar<br />

condiciona<strong>do</strong>, eleva<strong>do</strong>r estraga<strong>do</strong>, sem computa<strong>do</strong>res, tinham que parar<br />

suas tarefas e sair à procura <strong>do</strong> processo <strong>do</strong> “amigo <strong>do</strong> rei” e providenciar<br />

no seu imediato atendimento.<br />

Político 24 horas por dia, o então secretário e deputa<strong>do</strong>, para<br />

desgosto de seus pares, estancou o caos, proibin<strong>do</strong> o atendimento de<br />

pedi<strong>do</strong>s de autoridades, fossem elas de qualquer poder ou hierarquia.<br />

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