01.05.2013 Views

REVISTA N. 24.p65 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do ...

REVISTA N. 24.p65 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do ...

REVISTA N. 24.p65 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Rev. <strong>do</strong> TRE/RS, Porto Alegre, v.12, n.24, jan./jun. 2007<br />

ACÓRDÃOS<br />

nente Drª. Lizete Andreis Sebben quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> julgamento <strong>do</strong> Processo Classe<br />

16, n. 2942006 23 , cujos argumentos peço licença para transcrever, em parte:<br />

Enten<strong>do</strong>, pelos fundamentos agora expostos, como ausente a<br />

conduta irregular apontada. Identifico, quiçá, propaganda irregular em<br />

bem de uso comum - uma vez que os serviços presta<strong>do</strong>s pelo representa<strong>do</strong><br />

transformaram os respectivos locais priva<strong>do</strong>s nessa modalidade,<br />

que poderá ser reprimida, desta feita, não com a severa cassação<br />

<strong>do</strong> registro -, ou, ainda, se presente a hipótese legal, abuso de<br />

poder econômico.<br />

Em que pese não se poder considerar como precedente, uma<br />

vez que quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> respectivo julgamento, nos i<strong>do</strong>s de 1998, o art. 41-A<br />

da Lei das Eleições ainda não se encontrava em vigor, filio-me à interpretação<br />

dada por este <strong>Tribunal</strong>, na Ação de Investigação Judicial <strong>Eleitoral</strong><br />

n. 19002198, relatada pelo Des. José Eugênio Tedesco, a qual,<br />

por unanimidade, foi julgada improcedente por esta Corte, na ocasião<br />

sob o enfoque <strong>do</strong> teor <strong>do</strong> art. 299 <strong>do</strong> Código <strong>Eleitoral</strong>, cumprin<strong>do</strong> transcrever<br />

trecho <strong>do</strong> parecer ministerial, acolhi<strong>do</strong> na íntegra pelos julga<strong>do</strong>res:<br />

“De mais a mais, o fato <strong>do</strong> representa<strong>do</strong>, então candidato,<br />

fazer propaganda eleitoral anuncian<strong>do</strong> suas realizações de natureza<br />

meramente assistencial, mediante o devi<strong>do</strong> amparo a pessoas<br />

necessitadas de atendimentos médicos, nenhuma censura<br />

merece sob o aspecto eleitoral, antes ao contrário, somente merece<br />

aplauso, consideran<strong>do</strong>-se para tanto a realidade brasileira.”<br />

Nesse julga<strong>do</strong>, de 1998, embora sintético o voto, concluiu o <strong>do</strong>uto relator:<br />

“não vislumbro vinculação entre a atividade assistencial<br />

prestada e a captação de votos, até porque atividade desenvolvida<br />

desde o ano de 1987.” (grifos da autora)<br />

Desse maneira, devem ser sopesadas tais circunstâncias e tais princípios<br />

de interpretação. É pertinente considerar, nesse passo, que, desde que inserta<br />

na Lei n. 9.504/97, a vedação constante no art. 41-A nunca foi invocada ou denunciada<br />

pelo Ministério Público, o que só ocorreu agora com tanto afinco. Nem<br />

mesmo em processos eleitorais de outros anos se viu tamanha luta punitiva.<br />

Não há como negar que a inércia no trato da matéria em muito contribuiu para<br />

que brotasse a crença na possibilidade de manutenção das casas solidárias.<br />

23 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL. Representação n. 2942006. Classe 16. Rel. Desa. Federal<br />

Marga Inge Barth Tessler. 05.12.06. Representação. Manutenção de albergues, com disponibilização de hospedagem gratuita<br />

a enfermos e seus acompanhantes. Incursão nas sanções <strong>do</strong> art. 41-A da Lei n. 9.504/97. Preliminares afastadas.<br />

Descrição suficiente da conduta ilícita <strong>do</strong> candidato. Inteligência da jurisprudência <strong>do</strong> egrégio TSE confirman<strong>do</strong> a competência<br />

<strong>do</strong>s juízes auxiliares para processar e julgar representações por prática de condutas vedadas. Não configurada<br />

afronta ao disposto nos incisos I e II <strong>do</strong> artigo 73 da Lei das Eleições. Fragilidade <strong>do</strong> acervo probatório quanto ao uso de<br />

recursos públicos para a realização de prática vedada pela legislação. Existência de provas veementes e robustas de to<strong>do</strong>s<br />

os elementos configura<strong>do</strong>res <strong>do</strong> delito de captação ilícita de sufrágio. Procedência parcial. In: Diário de Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

Porto Alegre, RS, v.5206, T.227, p.88, 11 dez. 2006<br />

93

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!