REVISTA N. 24.p65 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do ...
REVISTA N. 24.p65 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do ...
REVISTA N. 24.p65 - Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Rev. <strong>do</strong> TRE/RS, Porto Alegre, v.12, n.24, jan./jun. 2007<br />
ACÓRDÃOS<br />
precedentes <strong>do</strong> Supremo <strong>Tribunal</strong>, julga<strong>do</strong>s pelo Plenário (RE 74.284<br />
e 74.534, de 28.3.73), ressalva<strong>do</strong> o ponto de vista <strong>do</strong>s Ministros que<br />
ficaram venci<strong>do</strong>s. Recurso extraordinário. 14<br />
CARLOS MAXIMILIANO, 15 que sempre nos brin<strong>do</strong>u com colaborações<br />
inigualáveis para o estu<strong>do</strong> da hermenêutica, definia:<br />
[...] chama-se adquiri<strong>do</strong> o direito que se constituiu regular e definitivamente<br />
e a cujo respeito se completaram os requisitos legais e de fato<br />
para se integrar no patrimônio <strong>do</strong> respectivo titular, que tenha si<strong>do</strong><br />
feito valer, quer não, antes de advir norma posterior em senti<strong>do</strong> contrário.<br />
MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO 16 , a seu turno, afirma:<br />
Em princípio, não pode haver nenhum direito oponível à Constituição,<br />
que é fonte primária de to<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s direitos e garantias <strong>do</strong> indivíduo,<br />
tanto na esfera publicista quanto na privatista. Uma reforma constitucional<br />
não pode sofrer restrições com fundamento na idéia genérica<br />
<strong>do</strong> respeito ao direito adquiri<strong>do</strong>. Mas, se é a própria Constituição<br />
que consigna o princípio da não retroatividade, seria uma contradição<br />
consigo mesma se assentasse para to<strong>do</strong> o ordenamento jurídico a<br />
idéia <strong>do</strong> respeito às situações constituídas e, simultaneamente, atentasse<br />
contra este conceito. Assim, uma reforma da Constituição que<br />
Federal, ao julgar o menciona<strong>do</strong> CC 7.204/MG, Rel. Min. Carlos Britto, reformulou sua anterior orientação jurisprudencial,<br />
para reconhecer, “a partir da Emenda Constitucional n. 45/2004”, a competência da Justiça <strong>do</strong> Trabalho “para o julgamento<br />
das ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente <strong>do</strong> trabalho”, desde que ajuizadas<br />
contra o emprega<strong>do</strong>r, pois, tratan<strong>do</strong>-se de causa acidentária instaurada contra o próprio INSS, continuará a subsistir,<br />
íntegra, a competência <strong>do</strong> Poder Judiciário <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-membro, nos termos da Súmula 501/STF, por efeito de expressa<br />
exclusão, em tal hipótese, da competência da Justiça Federal (CF, art. 109, I, in fine). O acórdão objeto de questionamento<br />
nesta sede recursal extraordinária, emana<strong>do</strong> <strong>do</strong> E. <strong>Tribunal</strong> de Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, nada mais reflete senão<br />
essa nova diretriz jurisprudencial, cuja legitimidade jurídico-constitucional repousa, agora, na inovação introduzida pela EC<br />
n. 45/2004, de cuja promulgação resultou substancial ampliação da competência material da Justiça <strong>do</strong> Trabalho, tal como<br />
o definiu, de mo<strong>do</strong> preciso, a Súmula 392/TST, cujo enuncia<strong>do</strong> assim dispõe: “Nos termos <strong>do</strong> art. 114 da CF/1988, a<br />
Justiça <strong>do</strong> Trabalho é competente para dirimir controvérsias referentes à indenização por dano moral, quan<strong>do</strong><br />
decorrente da relação de trabalho” (grifei). Vê-se, portanto, considera<strong>do</strong>s os elementos que informam o litígio em questão,<br />
que a presente controvérsia jurídica inclui-se, por efeito de sua natureza mesma, na esfera de competência da Justiça<br />
<strong>do</strong> Trabalho, razão pela qual se revela inacolhível a pretensão recursal ora deduzida nestes autos. Sen<strong>do</strong> assim, e ten<strong>do</strong><br />
em consideração as razões expostas, conheço <strong>do</strong> presente recurso extraordinário, para negar-lhe provimento. Publique-se.<br />
Brasília, 31 de março de 2006. Ministro Celso de Mello, relator. In: Diário de Justiça da União, Brasília, DF, p.116, 18 abr.<br />
2006.<br />
14 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário n. 75.102. Rel. Min. Xavier de Albuquerque. 27.04.73. [...].<br />
Recurso extraordinário não conheci<strong>do</strong>. In: Diário de Justiça da União, Brasília, DF, 25 maio 1973.<br />
15 Apud DANTAS, Ivo. Direito adquiri<strong>do</strong>, emendas constitucionais e controle da constitucionalidade. 3. ed., <strong>Rio</strong> de Janeiro:<br />
Renovar, 2004. p.86.<br />
16 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 18.ed., São Paulo: Saraiva, 1990. p.25.<br />
165