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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR RO REINO DE PORTUGAL ii*><br />

podia negar Soror Isabel, lembrada do partido, nem podia acabar com-<br />

sigo <strong>de</strong>spegar-se (Telia. Porque não era menos largal-a, que arrancar,<br />

e dar o coração. Deu -a em fim. porque não podia encontrar o concerto. Mas<br />

tal era o pranto, que fazia, tantas as lagrimas, que com sauda<strong>de</strong> da Santa<br />

imagem diffundia, que outra Religiosa sua vizinha, como era amada <strong>de</strong><br />

todas, lhe levou huma, que tinha da Senhora do Rosário, <strong>de</strong> não menos<br />

boa mão, que a do Populo, consolando-a, que alli tinha a mesma Senhora,<br />

ainda que não fosse o mesmo nome. Era Soror Isabel huma pomba<br />

em singelesa, aceitou as razões, e a imagem; e contão, que todo o resto<br />

da noite gastou em fazer diante (Telia piedosas queixas do muito que<br />

lhe custara o apartamento da outra. Passada meia noite soou na cella,<br />

da que fora doente, hum temeroso estrondo com abados <strong>de</strong> toda a casa,<br />

e tal tremor <strong>de</strong> terra, que os vizinhos do Mosteiro se levantarão das ca-<br />

mas com medo. E a <strong>Fr</strong>eira <strong>de</strong>spavorida, enten<strong>de</strong>ndo o que po<strong>de</strong>ria<br />

ser, amanhecco na cella <strong>de</strong> Soror Isabel com o seu painel, que levara:<br />

e dizem, que a achou <strong>de</strong> joelhos diante do outro. Alli pedindo-! he<br />

muitos perdões da culpa, que não tinha, lho tornou a entregar. E por-<br />

que o não aceitou, como durava o terror do que sentira <strong>de</strong> noite, não<br />

se atreveo a !eval-o comsigo: foi-se a hum altar do coro, <strong>de</strong>positou-o<br />

iTelle, e ahi está até hoje.<br />

Sendo muito velha e enferma, succe<strong>de</strong>o, que huma Madre, por nome<br />

Soror Cosma <strong>de</strong> S. Dinis, que tinha seu leito longe d*ella, espertou<br />

huma noite a hum rugido, que seníio no bocassi, que faz pare<strong>de</strong>, e di-<br />

visão entre os leitos. E ficando chea <strong>de</strong> medo, e o somno perdido, tor-<br />

nou a sentir <strong>de</strong> novo pés pela esteira, que tinha ao longo da cama, e<br />

logo baterem-lhe na porta. Aqui não houve, senão levantara voz, e cha-<br />

mar por Jesus com medo, e juntamente perguntar quem batia, e que<br />

queria. Não tinha Soror Cosma muito esperto o sentido do ouvir, mas<br />

pareceo-lhe, que ouvira: Vai a Isabel da Cruz. Fez-lhe coração o nome<br />

da velha santa, e teve-o para se levantar, e acen<strong>de</strong>r can<strong>de</strong>a, e hir visi-<br />

tal-a. E foi tão a tempo, que a achou com hum trabalhoso aaa<strong>de</strong>nte, e<br />

tal que a velha lhe dizia: Deos vos trouxe cá: perto estava <strong>de</strong> acabar,<br />

se tardareis; mas bem sabia eu, que me não havia <strong>de</strong> <strong>de</strong>semparar a mi-<br />

nha Senhora do Rosário, dando graça a alguém, que me acudisse. Se-<br />

guiu estas palavras, prometendo a Soror Cosma <strong>de</strong> fazer oração a nossa<br />

Senhora, que valesse a huma sua irmãa secular em huma causa, que era

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