29.06.2013 Views

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

458 livuo vi da historia <strong>de</strong> s. domingos<br />

bunal Divino não agradou o juizo, c afíeição paternal; ou porque Dcos<br />

guardava para si a nova casada, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> poucos mezes João Alvares<br />

.<strong>de</strong> Moura, que assim so chamava o pai, se vio sem genro, e a filha sem<br />

tnarido; levando a morte quem era robusto, e rijo, e ficando na vida a<br />

enforma, que cada hora morria. Criara-se Dona Angela <strong>de</strong> muito minina<br />

com as <strong>Fr</strong>eiras : e como tinha tomado o sabor á paz, e gosto, com que<br />

vive na Religião quem sabe conhecer os bens (Telia, tornou-se aos san-<br />

tos claustros na hora que se vio livre das obrigações da terra. Mas erão<br />

mui differentes os <strong>de</strong>signios do pai, e da filha, elle .<strong>de</strong>terminado em lhe<br />

dar segundas bodas, e buscando novo genro: ella tão longe <strong>de</strong> taes cui-<br />

dados, que na hora, que se tornou a ver com suas irmãas, assim se en-<br />

tregou a todos os exercícios, e trabalhos da vida religiosa, que o não<br />

pu<strong>de</strong>ra fazer mais, se gozara <strong>de</strong> tão firme disposição, como cada huma<br />

d'ellas; e tão resoluta em não tomar outro estado, que, porque soube<br />

que seu pai não <strong>de</strong>sistia <strong>de</strong> lhe buscar cazamentos; c hum, em que se<br />

fatiava, andava perto <strong>de</strong> conclusão, fez voto a nossa Senhora <strong>de</strong> lhe edi-<br />

ficar hum Mosteiro, e servil-a n'elle toda a vida, se a livrasse <strong>de</strong> tornar<br />

ao mundo. E a este fim fazia algumas esmolas, como rica que era, e<br />

senhora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> dote. Era filha obediente: procurava servir a Deos,<br />

que só amava, e não <strong>de</strong>sgostar o pai, <strong>de</strong> quem se via muito amada. Ba-<br />

fejou a Virgem piadosa os <strong>de</strong>zejos santos. Depois <strong>de</strong> celebrados os con-<br />

tratos, houve occasião, que tolheo o <strong>de</strong>sposorio. Vcndo-se Dona Angela<br />

obrigada ao voto, com muita consolação <strong>de</strong> sua alma fui logo procurando<br />

licença da Sé Apostólica para a sua fundação, que <strong>de</strong>clarou havia <strong>de</strong> ser<br />

nq villa em que nascera, e da Or<strong>de</strong>m do Carmo, c titulo d^ssumpoão<br />

<strong>de</strong> nossa Senhora. E com esta petição juntou outra, que foi se dispen-<br />

sasse com suas irmãas, para po<strong>de</strong>rem passar para Moura, <strong>de</strong>ixando Évo-<br />

ra, e <strong>de</strong>ixar o habito Dominico peto Carmelitano. Pedia cousas pias, e<br />

ora muito nobre: nada se lhe negou em Roma. Porém havendo, que<br />

linha tudo feito, achou pesadas contradições, on<strong>de</strong> menos as temia. Vin-<br />

do os Breves, e vista a forma d^lles, <strong>de</strong>cíararão-se com ella as irmãas,<br />

que por nenhuma cousa da terra trocarião o habito <strong>de</strong> São Domingos.<br />

Pareceo-lhe então, porque não queria estar sem cilas, que as obrigaria,<br />

se alcançasse do Pontífice, que pu<strong>de</strong>ssem viver no novo Mosteiro com<br />

trajo Dominico, como em tudo o mais se conformassem com os estilos<br />

<strong>de</strong> <strong>Fr</strong>eiras do Carmo. Aílirma-se, que fez segunda petição, e segundo<br />

gasta, E também foi tempo, e feitio perdido. Porque nem a isto se qui-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!