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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 431<br />

roz. Bem merecida, e suada ordinária. Porque tem escola aberta para<br />

todos os moços da terra, <strong>de</strong> ler, e escrever, e contar, e princípios <strong>de</strong><br />

latinida<strong>de</strong>.<br />

Segue-se na costa da terra firme a oitenta legoas <strong>de</strong> Columbo a ci-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nega pa Ião: e n ;<br />

ella huma das boas Vigairarias da Congregação,<br />

casa <strong>de</strong> quatro até seis <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, mui perfeita <strong>de</strong> tudo o que he obra ma-<br />

terial, e com boa Igreja. Não goza <strong>de</strong> ordinária, com ter o Prelado ti-<br />

tulo <strong>de</strong> Pai dos Christãos, e ser o que julga da cscravaria, que por ali<br />

sahe, quaes são bem, quaes mal cativos.<br />

Sincoenta léguas adiante he a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Meliapor, sepultura glorio-<br />

sa do Apostolo S. Thomé. Aqui ha numa casa pequena, que se mantém<br />

<strong>de</strong> esmolas. Estão n'ella três, e quatro <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s com trabalho. Porque ca-<br />

recem <strong>de</strong> ordinária d'el-Rei, e as esmolas vão faltando, pelas muitas<br />

embarcações, que os cossarios Holan<strong>de</strong>ses tomão aos moradores com a<br />

occasião, e vizinhança <strong>de</strong> huma fortaleza, que fundarão, e sustentarão<br />

em Paleacate.<br />

Seguem-se correndo a* costa os portos <strong>de</strong> Bengala, e Pegú. Das ca-<br />

sas, que nelles tivemos, e largámos, íica dito.<br />

Malaca he a quinhentas legoas <strong>de</strong> Goa. A Igreja, e Convento d'esta<br />

cida<strong>de</strong> diz bem com a riqueza, e gran<strong>de</strong>za d'ella. He obra fermosa, porém<br />

não acabada. O assento d"elle he <strong>de</strong> tal forma, que por huma par-<br />

te fica o claustro, e dormitório servindo <strong>de</strong> muro á fortaleza, e pela ou-<br />

tra está sobre hum rio <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> frescura. Como casa <strong>de</strong> terra tão prin-<br />

cipal goza <strong>de</strong> ordinária da Fazenda <strong>de</strong> Sua Magesta<strong>de</strong>, quatrocentos cru-<br />

zados <strong>de</strong> seis tangas o cruzado, inda que não assistem n'ella mais <strong>de</strong> seis<br />

até oito Religiosos. O Prelado d*aqui he Vigário geral dos que andão<br />

esparzidos pelas ilhas <strong>de</strong> Solor, Reinos <strong>de</strong> Sião, e Camboya, e outras<br />

partes d'este Sul; e em dignida<strong>de</strong> está diante <strong>de</strong> todas as casas, e resi-<br />

dências d'elle.<br />

Seguem-se as ilhas, e archipelago <strong>de</strong> Solor em quasi mil legoas <strong>de</strong><br />

distancia <strong>de</strong> Goa, D'ellas temos dito atraz <strong>de</strong> seu principio, e estado pre-<br />

sente, quanto baste. He vinha, e Christancla<strong>de</strong> própria dos <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s <strong>de</strong> S.<br />

Domingos, pranlada com seu trabaiho, e cultivada com seu braço, rega-<br />

da com seu sangue: c como tal <strong>de</strong>vera convidar a todos os que nos pre-<br />

zamos <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong> tão gran<strong>de</strong>, e santo Patriarcha, a hirmos ajudar os<br />

bons obreiros, e não ser só ouvintes <strong>de</strong> suas proezas. E cresce nossa<br />

obrigação pelo titulo, que ellcs por humilda<strong>de</strong> sustenlão <strong>de</strong> filhos, e

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