29.06.2013 Views

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 435<br />

mello. E ficarão continuando ambos no beneficio da casa. De sorte que<br />

a boa Violante não era conhecida por outro nome, senão <strong>de</strong> mãi dos<br />

<strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s. E por officio <strong>de</strong> gratidão, fazemos aqui <strong>de</strong>lia esta memoria.<br />

Sustenta a casa commumente quatro até seis Religiosos, que recebem<br />

por ordinária da Fazenda Real hum tostão por dia cada hum. Foi a obra<br />

muito acertada. Porque tanto que chegão as náos do Reino, agasalha, e<br />

cura com charida<strong>de</strong> todos os Religiosos <strong>de</strong> qualquer Or<strong>de</strong>m que sejão. O<br />

que sendo notado pelo Viso-Rei Mathias d'Albuquerque muitos annos<br />

<strong>de</strong>pois, lhe assentou outra particular ordinária <strong>de</strong> cem mil réis <strong>de</strong> renda<br />

em cada hum anno, para effeito <strong>de</strong> continuarem com largueza, e po<strong>de</strong>r,<br />

o que d'antes obrava só a boa condição, e pieda<strong>de</strong> religiosa.<br />

Fica esta casa imitando o mesmo officio, e representação <strong>de</strong> fronteira<br />

com a Cafraria, que, segundo atraz dissemos, faz a <strong>de</strong> Malaca com<br />

os reinos vizinhos, e ilhas d"aquelle mar. Porque d'ella passarão logo os<br />

Padres á terra firme, e subirão aos rios <strong>de</strong> Cuama: e atravessarão a ou-<br />

tras ilhas, e a gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Lourenço, não lhes soffrendo o bom espi-<br />

rito ficar nada por tentar, para dilatarem a pregação do Santo Evange-<br />

lho, á custa <strong>de</strong> muitas vidas, e perda <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, por ser todo aquelle<br />

clima <strong>de</strong> ares pestilencíaes, e totalmente contrários a naturezas criadas<br />

<strong>de</strong>baixo do Ceo temperado, e benigno.<br />

Foi primeira occupação, passarem todos os domingos, e dias santos<br />

a hum <strong>de</strong>strito da terra firme, porque a travessa he estreita, a dizer<br />

Missa, e ministrar os sacramentos a muita gente Christãa que n'elle mo-<br />

ra, com gran<strong>de</strong> beneficio das almas, e como seus Parochos. Chamão o<br />

<strong>de</strong>strito a Cabeceira.<br />

Derão segundo salto na ilha <strong>de</strong> Quirimba, junto ao Cabo Delgado, sessen-<br />

ta legoas <strong>de</strong>Mossambique. Era senhor d'ella Diogo Rodrigues Corrêa. Per-<br />

suadirão-lhe que fundasse Igreja. Edificou-a o Portuguez gran<strong>de</strong>, e lus-<br />

trosa. E não se contentou com menos, que entregal-a aos Religiosos,<br />

com doação perpetua, junlando-lhe terras, e palmares <strong>de</strong> bom rendi-<br />

mento, sem mais obrigação, que duas Missas rezadas cada semana. Esta<br />

Igreja he suffraganea á <strong>de</strong> Mossambique: e <strong>de</strong> ordinário resi<strong>de</strong>m n'elfa<br />

dous Religiosos, pelo muito que tem crescido a Christanda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois que<br />

a tomarão á sua conta.<br />

Terceira viagem foi a dos rios <strong>de</strong> Cuama, e terras <strong>de</strong> Sofalla, o M.o-<br />

nopotapa; atravessarão a estas partes, porque em todas andavão espa-<br />

dados muitos Porluguezes, a quem a cubica do ouro trazia esquccidso

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!