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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 345<br />

E ainda que n'isto conformavão com o que lemos no Santo Evangelho dos<br />

Discípulos, que o Re<strong>de</strong>mptor mandou <strong>de</strong> dous em dous a pregar, que<br />

<strong>de</strong>pois lhe vierão dar conta das maravilhas, que em seu nome obravão:<br />

com tudo fazião muita falta com sua anzcncia nos casos súbitos <strong>de</strong> ne-<br />

cessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confissões, e bautismos. Sentia o Padre <strong>Fr</strong>ei António, como<br />

bom pastor; e não faltava no que podia, que era informar os Vigários<br />

geraes da Congregação. E todavia não foi o trabalho perdido. Porque<br />

nasceo d'elle, mandarem os Viso-Reis nomear salário para os Religiosos:<br />

e pelo conseguinte repartir o Vigário os que havia pelos lugares, em<br />

que parecião mais necessários. Sentença he santa, que se não cerre a<br />

boca ao boi que trilha. Mas se São Paulo entre gente, e lugares ricos se<br />

mantinha do trabalho <strong>de</strong> suas mãos, por não ser pesado aos que dou-<br />

trinava: que farião os nossos pregadores em lugares pobríssimos, c po-<br />

voados <strong>de</strong> gentes <strong>de</strong> sua colheita pouco liberaes? Ile cousa certa, que<br />

muitos d'elles <strong>de</strong>pois que começarão a assistir com seus fregueses, <strong>de</strong>s-<br />

pendião mais com elles em esmolas, que na sustentação <strong>de</strong> suas pes-<br />

soas, e casas. Do que veremos ao diante alguns exemplos. Agora hire-<br />

mos apontando lugar, e sitio das Igrejas.<br />

Começando por Solor, como cabeça que he"d'esta Christanda<strong>de</strong>. Alem<br />

das duas Igrejas, que já apontamos, huma <strong>de</strong>ntro da fortaleza, e outra<br />

fôra, ha mais outras duas: a saber, huma, que he a casa da Misericórdia,<br />

em que alguns annos sérvio <strong>de</strong> Capcllão hum Sacerdote secular, natural<br />

<strong>de</strong> Malaca, por nome Álvaro Gonsalves, mas <strong>de</strong> ordinário he servida pe-<br />

los Religiosos. A outra está em huma serra (chama-lhe a lingoa da ter-<br />

ra, Guno) freguezia já então <strong>de</strong> mil almas christãas, afora muitos outros<br />

christãos, que vivião, e inda hoje vivem <strong>de</strong>rramados pela ilha em seus<br />

casaes,e montes, a uso <strong>de</strong> Portugal: on<strong>de</strong> cada hum busca, como po<strong>de</strong>,<br />

seu género <strong>de</strong> vida, e sustentação. A invocação d'csta Igreja he da Ma-<br />

dre <strong>de</strong> Deos. Outra houve no lugar <strong>de</strong> Lamaqueira, que se per<strong>de</strong>o por<br />

huma rebellião. Era o titulo <strong>de</strong> São João Evangelista.<br />

Na ilha <strong>de</strong> Lamalla, com ser terra <strong>de</strong> muitos Mouros, e em que el-<br />

les possuião dous fortes, a que chamavão Donara, e Torrão, tiverão os<br />

Padres muito tempo Igreja na povoação do mesmo nome <strong>de</strong> Lamalla,<br />

que havia duas mil almas Christãas, que erão os dous terços d'ella: os<br />

mais vivião na lei <strong>de</strong> Mafame<strong>de</strong>. Esta Igreja acabou por hum levanta-<br />

mento da terra, que ao diante contaremos. Com melhor suecesso fun-<br />

darão outra no sertão da mesma ilha, no lugar <strong>de</strong> Carma, Contavão-se

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