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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO RÍCINO DE PORTUGAL 365<br />

livrou por estar já reparada <strong>de</strong> pouco, e <strong>de</strong> telha a uso <strong>de</strong> Portugal<br />

Foi tanta a industria do Padre <strong>Fr</strong>ei Simão Pacheco, que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> pouco<br />

tempo houve ás mãos hum oííicial <strong>de</strong> telheiro da China; e não só cuhrio toda<br />

a Igreja, mas também os baluartes, e todas as mais casas da fortaleza. Porém<br />

traz esta prosperida<strong>de</strong> vierão annos, e forão muitos, <strong>de</strong> novos trabalhos, e<br />

inimigos mais po<strong>de</strong>rosos, e mais cruéis, que <strong>de</strong> todo a escurecerão., e quasi<br />

extinguirão, e sepultarão a Christanda<strong>de</strong>. Em quanto não chegão, diremos<br />

<strong>de</strong> alguns Religiosos insignes em vida, e costumes que a pastorearão, e<br />

nella acabarão torrados do Sol, e consumidos <strong>de</strong> misérias. E se não forão<br />

mortos á espada, como os que temos apontado, e outros, <strong>de</strong> quem ao<br />

diante diremos, pô<strong>de</strong> ser, que seu merecimento fosse tanto maior,<br />

quanto mais custa huma morte lenta, e quebranlão affiiçôes prolongadas,<br />

que hum golpe <strong>de</strong> cutello, ou lança, que n'um abrir, e cerrar <strong>de</strong> olhos,<br />

traspôe huma alma ditosamente no Paraíso. Será seu o capitulo se-<br />

guinte.<br />

CAPITULO XIX<br />

Dá -se conta da virtu<strong>de</strong>, cobras memoráveis <strong>de</strong> alguns Padres, que viverão<br />

e morrerão <strong>de</strong> sua morte natural, ser cindo esta Chrhtanda<strong>de</strong>.<br />

Que lavrador ha tão frouxo, que respon<strong>de</strong>ndo-lhe com fertilida<strong>de</strong> o<br />

seu pedaço <strong>de</strong> terra, não acuda com muito cuidado a favorecel-a, e aju-<br />

dal-a com todos os benefícios, que a agricultura ensina? Para que lhe<br />

venha a encher os celeiros com abundância. Publicou-se pela Congrega-<br />

ção na índia, e cá em Portugal na Província, quão bem succedia o tra-<br />

balho, que os nossos tomavão na sementeira <strong>de</strong> Solor; quanto fruto ren-<br />

dião para Deos as fomes, as doenças, os perigos, que passavão. Forão<br />

correndo <strong>de</strong> toda a parte os espíritos <strong>de</strong>terminados, e valerosos a juri-<br />

tar-se com os bons obreiros. Forão muitos, não po<strong>de</strong>mos dizer <strong>de</strong> todos,<br />

daremos memoria a alguns, que sem <strong>de</strong>rramar sangue, se sinalarão mui-<br />

to n'este serviço.<br />

Seja o primeiro na historia, quem já mostrámos, que o foi em levar<br />

a luz Evangélica a esta cega, e pobre gente. Digo o Padre <strong>Fr</strong>ei António<br />

dói Cruz, cuja vida foi tão pura, e penitente, sou animo tão inflammado<br />

fin zelo da dilatação da Fé, que na memoria dos Religiosos antigos<br />

teve sempre nome <strong>de</strong> Santo: e secontão milagres mui patentes, que em<br />

vida, e morte fez: e S9 os <strong>de</strong>ixamos, he porque os mesmos, que íi-<br />

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