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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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Y<br />

134 v LIVRO II DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

mo corria: mas nem ainda comoçnva. Esta tardança junta com as alte-<br />

rar<strong>de</strong>s, que a mudança dos tempos vai causando nos ânimos dos homens<br />

<strong>de</strong>u occasião ao .Mestre para lançar mão <strong>de</strong> outra traça, que lhe parecei)<br />

mais conveniente á sua família, e não <strong>de</strong>sacomodada para a nossa Or<strong>de</strong>m.<br />

Tinha a casa cheia <strong>de</strong> filhos, e filhas, que hião crescendo, julgou que po-<br />

dia dar vida ás filhas, sem as tirar <strong>de</strong> casa, se na terra <strong>de</strong> que era se-<br />

nhor lhes <strong>de</strong>sse gasalhado, o que ficaria conseguindo, se lhe fizesse <strong>de</strong><br />

<strong>Fr</strong>eiras o Mosteiro, que oíferecera para <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s. Poz o negocio em pra-<br />

tica. Não se podia negar nada a hum Príncipe, e tal que se sabia fazer<br />

senhordos ânimos com brandura, e liberalida<strong>de</strong>, virtu<strong>de</strong>s verda<strong>de</strong>iramente<br />

Reaes. Assim foi <strong>de</strong> novo proposto, e aceitado para <strong>Fr</strong>eiras no Capitulo<br />

do anno <strong>de</strong> 1525 o mesmo, que no <strong>de</strong> 1521 fora proposto, e aceitado<br />

para <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s. E veio a succe<strong>de</strong>r, ficarem juntamente sem elíei to duas casas,<br />

que com gran<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> se tinhão dado, e recebido para <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s. E<br />

foi a outra <strong>de</strong>pois d"esta <strong>de</strong> Setuval, huma, que se nos oiíereceo na ci-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cinis, junto ao Reino do Algarve. Dava Jorge Furtado, fidalgo<br />

honrado, o sitio, e boa esmola <strong>de</strong> dinheiro cada anno, em quanto durasse<br />

a fabrica. Sendo approvado tudo, bouve contradição, nascerão inconve-<br />

nientes; <strong>de</strong>sfez-se o trato.<br />

lie gran<strong>de</strong> cousa tocarem os negócios em interesse próprio <strong>de</strong> quem<br />

os maneja, para espertar diligencia. Não ha animo tão livre, que <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />

se inclinar, e ás vezes sugeitar a huma commodida<strong>de</strong>. Esta foi a causa,<br />

que o Mosteiro, que quasi estava esquecido, emquanto era para <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s,<br />

na hora que houve resolução em sçr <strong>de</strong> Fieiras, e para o fim que temos<br />

dito, proce<strong>de</strong>o com tanto cuidado, que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> quatro annos esteve<br />

em perfeição <strong>de</strong> tudo quanto convinha, para po<strong>de</strong>r dar principio á Re-<br />

1<br />

gião. e clausura. Por dia do Santo Bautista em vinte e quatro <strong>de</strong> Junho<br />

fie 1529 entrarão ivelle com gran<strong>de</strong> alegria do Mestre, e Duqueza, e <strong>de</strong><br />

toda a terra sete Religiosas do Mosteiro <strong>de</strong> Jesus dWveiro. que vinhão<br />

para fundadoras, cujos nomes parece razão não ficarem esquecidos.<br />

Erão Soror Maria <strong>de</strong> Noronha, Soror Maria Pinheira, Soror Isabel <strong>de</strong><br />

Quadros, Soror Isabel Sodré, Soror Brites Pereira, Soror Marta Juzarte,<br />

Soror Brites Ferras. Não quizerão o Mestre, e Duqueza, que ficasse para<br />

mais longe a entrada <strong>de</strong> suas filhas no Mosteiro, (pie fora o fim, para<br />

que o fundarão. No mesmo dia entregarão três á Iteiígião, e com eílas<br />

três primas suas, filhas <strong>de</strong> huma irmãa da Duqueza, Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Porta-<br />

legre. Foi dia este <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> triunfo da Religião, por serem as Ires,

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