29.06.2013 Views

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 28-J<br />

VI via ser, pedindo misericórdia para a pa<strong>de</strong>cente) nota, que sahia d'ella hum<br />

estranho resplandor, cuja luz <strong>de</strong>scobria o rosto santo aljofrado <strong>de</strong> gotas<br />

grossas <strong>de</strong> suor, que crescendo corrião abaixo, e logo hiâo nascendo<br />

outras, e fazendo o mesmo. Chama pelas companheiras, pasmão todas<br />

no que vêem, e dão por bem andante, e ditosa a alma, que com tal<br />

companhia e favor se <strong>de</strong>spedia da terra. Porque, morta ella, cessou tudo.<br />

Este retabolo he o mesmo, que hoje está na Enfermaria.<br />

CAPITULO XXVII<br />

Das Madres Soror Brites <strong>de</strong> Mariz, Soror Catharina <strong>de</strong> Mariz,<br />

e Soror Maria <strong>de</strong> S. <strong>Fr</strong>ancisco.<br />

Temos na Madre Soror Brites <strong>de</strong> Mariz hum espirito abrasado em<br />

:tremos <strong>de</strong> amor divino. Era muito dada á oração, communicava-lhe o<br />

mhor n'ella aquellas vivas, e divinas- agoas, que em outro tempo oífe-<br />

receo á Samaritana; agoas, que tem a virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> matar a se<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas<br />

as da terra, e abrasar as almas em <strong>de</strong>sejos do Ceo. Transportava-se no<br />

gosto d'ellas, esquecida <strong>de</strong> todo ponto <strong>de</strong> si, e <strong>de</strong> tudo o que ha no<br />

mundo. De sorte, que todas as vezes que chegava a tratar com Deos,<br />

ou cuidar, ou fallar n'elle, <strong>de</strong>rretia o coração pelos olhos em rios <strong>de</strong> la-<br />

grimas, <strong>de</strong>rramadas com tal affecto, e continuação, que ninguém as via,<br />

que as não julgasse por milagrosas, e dadas por dom celestial. Acudia-<br />

lhe o Esposo Divino com altas illustrações, que a inílamavão em <strong>de</strong>zc-<br />

jos <strong>de</strong> pa<strong>de</strong>cer por elle, não menos que martyrio <strong>de</strong> ferro, e fogo. E<br />

como lhe faltavão tyranos, que fossem ministros, fazia ella o oíílcio com<br />

estranhas cruezas, que executava contra si em vários géneros <strong>de</strong> morti-<br />

ficações. Mas não quiz o Senhor, que lhe faltasse o martyrio que no meio<br />

<strong>de</strong>lias anhelava. Ferio-a <strong>de</strong> hum mal <strong>de</strong> erisipula, que'ganhou para mais<br />

merecimento em officio <strong>de</strong> charida<strong>de</strong>, visitando numa Religiosa enferma<br />

da mesma doença, que costuma ser contagiosa, e pegadiça. Era Prio-<br />

resa, visitou a súbdita sem nenhum pejo, nem cuidado <strong>de</strong> si; saltou- lhe<br />

a erisipula em hum braço com vários, e fortes acci<strong>de</strong>ntes, que arrematarão<br />

em ferro, e fogo. Assim sem hir a Marrocos se vio martyr, como<br />

<strong>de</strong>zejava. Parou o mal era erpes. Eis que vê navalhas para cortar, e fa-<br />

zer sangue, como outra Santa Catharina. Eis que vè ferros feitos brasa,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!