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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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344 LIVRO IV DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

taleza, que pelo fim para que foi edificada, po<strong>de</strong>mos crer, se somos<br />

Christãos, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rá dos inimigos todas as outras. Soube da obra<br />

quem governava a índia, mandou dar em Malaca huma gran<strong>de</strong> es-<br />

mola para ajuda dos gastos. Não ha duvida, senão que este Padre <strong>de</strong>via<br />

ter engenho <strong>de</strong> fortificador. Porque o mostrou na escolha do sitio: que<br />

fui hum teso, que fica sobre a praia, lugar sobranceiro, e <strong>de</strong>fensável. E<br />

o mesmo mostrou na fabrica; porque a fez <strong>de</strong> sinco baluartes, e <strong>de</strong> tal<br />

capacida<strong>de</strong>, que ha muitas no Estado da índia, que não são tamanhas,<br />

nem tão bem traçadas. Ficou em hum lanço do muro a Igreja da invo-<br />

cação <strong>de</strong> nossa Senhora da Pieda<strong>de</strong>, e para os <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s seu dormitório.<br />

De sorte, que erão elles senhores da fortaleza; excepto <strong>de</strong> hum baluarte,<br />

que he aposento do Capitão, e tem sua serventia livre para fora. A sombra<br />

d'ella, eámão direita fizerão sua morada os Portuguezes, g Christãos es-<br />

trangeiros em numero já então <strong>de</strong> duas mil almas. Na esquerda assentou<br />

o povo da terra com o Sangue <strong>de</strong> Patê em numero <strong>de</strong> até mil almas, e<br />

huma gente, e outra com suas freguezias distintas, Servião-se os Por-<br />

tuguezes da Igreja da fortaleza. Os naturaes tinhão entre si outra do<br />

titulo <strong>de</strong> São João Bautista. Do tempo que tardou em se acabar esta<br />

fabrica, não nos consta» do anno em que começou, faz boa <strong>de</strong>claração<br />

huma letra, que dura sobre a porta, e diz, que foi começada no <strong>de</strong> 1 506.<br />

Costumavâo os Religiosos, como autores, e donos da obra, nomear Ca-<br />

pitão, que o Governador, ou Viso-Rei da índia confirmava. Andando o<br />

tempo, pareceo cousa ambiciosa, e indigna da humilda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong><br />

São Domingos, Largou a Congregação aos ministros cVel-Rei esta preemi-<br />

nência.<br />

Mas durando a obra material, não estava <strong>Fr</strong>ei António ocioso no es-<br />

piritual. Mandava os Religiosos, que comsigo tinha, e os que <strong>de</strong> novo lhe<br />

hião acudindo <strong>de</strong> Malaca, que fossem pelas duas ilhas vizinhas, e <strong>de</strong>pois<br />

pelas mais afastadas, fazendo ofíicio Apostólico. E em todas fez notável<br />

fruto sua doutrina. Em tanto, que na costa que corre da ponta da ilha<br />

<strong>de</strong> Servite, até on<strong>de</strong> chamão Mari, que são trinta legoas <strong>de</strong> distancia,<br />

não havia porto, em que não houvesse muitos fieis, Outros mandou ao<br />

En<strong>de</strong>; que he huma ilha, trinta legoas <strong>de</strong> Solor; on<strong>de</strong> forão bem rece^<br />

bidos: E ao mesmo passo fruetificou a palavra divina. Mas era lastima,<br />

que como erão poucos, e não podião residir com os fieis, passavão co-?<br />

mo nuvens, e era forçado tornar no inverno a Solor dar conta do que<br />

tinhão feito, o do estado, e disposição, em que <strong>de</strong>ixavão novas pranlas,

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