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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL<br />

gares estão <strong>de</strong> ordinário occn pados, provendo-se os que vagão por exame<br />

rigoroso do Capellão mór <strong>de</strong>l-Rei, que faz suas consultas a Sua Ma-<br />

gesta<strong>de</strong>, das pessoas que para elles se oíferecem, mais beneméritas; nâo<br />

faltando semelhantes gasalhados em outros Mosteiros do Reino. Obra lâo<br />

bem nascida da pieda<strong>de</strong>, e bom juizo doesta mesma Senhora. He ponto<br />

da doação do Mosteiro, que em caso, que alguma das <strong>de</strong>z venha a her-<br />

dar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> provida no lugar alguma fazenda não esperada, qualquer<br />

que seja, pertença toda ao Mosteiro. E he em favor das <strong>de</strong>z outro ponto<br />

muito essencial, para que nunca possa faltar sustentação commoda, re-<br />

cebendo-se numero <strong>de</strong> <strong>Fr</strong>eiras <strong>de</strong>masiado, está prohibido haver no Mos-<br />

teiro mais <strong>de</strong> trinta <strong>Fr</strong>eiras sobre as <strong>de</strong>z. E havendo <strong>de</strong> ser admitida al-<br />

guma extranumeraria, não pô<strong>de</strong> ser sem tanto dote, que pelo menos<br />

valha <strong>de</strong> renda perpetua para o Mosteiro quarenta mil réis em cada hum<br />

anno.<br />

CAPITULO XX<br />

Fundação da Vigairaria <strong>de</strong> Nossa Senhora da Esperança<br />

da villa das Alcacevas.<br />

He ultima das casas, que o Provincial <strong>Fr</strong>ei Jeronymo <strong>de</strong> Padilha re-<br />

cebeo á Or<strong>de</strong>m, a Vigairaria, que chamamos da Serra das Alcacevas. As<br />

Alcacevas he numa boa villa a sinco legoas dEvora, <strong>de</strong> que são senho-<br />

res os do appellido illustre <strong>de</strong> Henriques, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> hum dos fi-<br />

lhos do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gigion, que sendo netos cVel-Rei Dom Henrique II<br />

<strong>de</strong> Castella, e <strong>de</strong>l-Rei Dom Fernando <strong>de</strong> Portugal, <strong>de</strong>rão a este Reino<br />

gran<strong>de</strong>s, e honradas casas : esta com o nome <strong>de</strong> Henriques; as mais<br />

com o <strong>de</strong> Noronhas, tomado do lugar <strong>de</strong> Noruenha em Austrias, <strong>de</strong> que<br />

que o Con<strong>de</strong> fora senhor. A serra he hum monte, que junto da villa se<br />

levanta em tanta altura, que lhe quadra bem o nome <strong>de</strong> serra. Porque<br />

<strong>de</strong>scobre muitas legoas <strong>de</strong> terra, e muitas villas, e lugares. Sobre a co-<br />

roa d'ella havia huma casa <strong>de</strong> tal fabrica muito antiga, e tal que se jul-<br />

gava por obra em seus princípios <strong>de</strong> Romanos, ou para templo <strong>de</strong> algum<br />

<strong>de</strong> seus Ídolos, ou para assistência, e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> atalayas em tempo<br />

<strong>de</strong> guerras. Dão sinal do que dizemos, a capacida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> da casa, e<br />

huma <strong>de</strong>masiada grossura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s, fortalecida superíluamente <strong>de</strong> gran-<br />

<strong>de</strong>s estribos <strong>de</strong> botarios. Ajuda esta conjectura, acharem-se ainda hoje<br />

na visinhança d'ella moedas Romanas <strong>de</strong> cobre. E consta-nos, que em

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