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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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470 LIVRO VI DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

tempo: juntos os Capitulares, puzerão com razão os olhos na muita ida-<br />

<strong>de</strong>, e gran<strong>de</strong>s merecimentos do Prior, que os agasalhava: e sahio eleito<br />

Provincial, e forão com elle Diííinidores os Mestres, <strong>Fr</strong>ei Lopo d' Avei-<br />

ro, e <strong>Fr</strong>ei Luis <strong>de</strong> Soutomaior, os Padres <strong>Fr</strong>ei Thomas da Costa, e <strong>Fr</strong>ei<br />

Nicoláo Dias, que então não erão mais que Pregadores geraes. Foi a<br />

eleição bem recebida na terra, e com gran<strong>de</strong> gosto confirmada pelo Re-<br />

verendíssimo Justiniano, que com o mesmo o confirmara em Prior <strong>de</strong><br />

Lisboa, quando no anno <strong>de</strong> 1566 se achara n'esta Província. Mas teve<br />

este Padre calamitoso tempo. Porque entrando o anno <strong>de</strong> 1569 mandou<br />

Deos hum açoute <strong>de</strong> peste sobre a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, que <strong>de</strong>ixando-a<br />

quasi assolada, correo o Reino todo com infinito damno, como logo con-<br />

taremos mais distintamente, <strong>de</strong>pois que dissermos alguma cousa do que<br />

toca a este Padre, e á fundação do Convento d 1<br />

Almada, que foi obra,<br />

sua.<br />

O castello, e villa d' Almada, que os naturaes em suas escrituras, o<br />

papeis antigos, e mo<strong>de</strong>rnos chamão Almadão, referem sua origem quain<br />

to ao tempo, ao reinado <strong>de</strong>l-Uei Dom Affonso Henriques, primeiro Rei<br />

<strong>de</strong> Portugal; e quanto aos fundadores, a numa companhia <strong>de</strong> Ingreses,<br />

que sendo parte d'aqueUa gran<strong>de</strong> Armada <strong>de</strong> gentes do Norte, com que<br />

Guilherme <strong>de</strong> Longa Espada, seu General, ajudou a el-Rei Dom Affonso<br />

a ganhar Lisboa aos Mouros, que <strong>de</strong> muitos annos atraz erão senhores<br />

<strong>de</strong>lia, folgarão edificar no Reino: servindo ao mesmo, e assentando n*es-<br />

te sitio, lhe quizerão só dar o nome da ventura, e bom suecesso que<br />

ti verão em Lisboa. Porque Al, ys, ma<strong>de</strong>, são três palavras da lingoa in-<br />

gresa, que soão o mesmo, que dizer: Tudo está feito, e acabado. O cur-<br />

so dos annos as cortou, e encurtou <strong>de</strong> sorte, que fazem huma só, que<br />

ficou por nome á villa, e a huma nobre família, que n'ella, e nos fun-<br />

dadores teve sua origem do appelido d'Almada. Acredita-se a antiguida-<br />

<strong>de</strong> d'esta povoação com hum privilegio <strong>de</strong> que a villa, e moradores go-<br />

zão, quasi dos mesmos dias em que seus antecessores a fundarão. Con-<br />

ce<strong>de</strong>o-lhe el-Rei Dom Sancho primeiro, Rei segundo <strong>de</strong> Portugal, que elles<br />

a guardassem, e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ssem por então, nem <strong>de</strong>pois lhes nomear parti-<br />

cular Capitão, ou Alcai<strong>de</strong> mor, como vemos que tem todas as mais villas, e<br />

fortalezas do Reino: que foi o mesmo que dar testemunho do valor, que<br />

tinhão mostrado todos no serviço feito em Lisboa, com que merecerão<br />

esta confiança. O privilegio andava registado nos livros da Camará. K<br />

inda que hoje não parece n ?<br />

elles, pelo <strong>de</strong>scuido ordinário, que reina em

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