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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 271<br />

r<br />

eio â portaria, fez entrar nas andas sua irmãa, qne ainda não tinha o<br />

labito, c mandou aos criados, que a levassem, e dissessem a sua mãi,<br />

[ue eiia o dia, que se obrigara áquellas pare<strong>de</strong>s peia proíh>são, fora pa-<br />

ra as não largar nunca, senão por morte: sua irmãa, que estava inda li-<br />

xe <strong>de</strong> semelhante obrigação, poupasse a vida, c se fosse embora, que<br />

mi sua tenção só para eila pedira andas, e companhia; para si nunca tal<br />

:uidara. E assim se ficou só no meio do fogo, e do trabalho, contente<br />

)or ter livrado a irmãa <strong>de</strong>lle.<br />

Das outras duas a Madre Soror Filippa <strong>de</strong> Jesu Maria, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

mitos annos d'esta casa, sahio <strong>de</strong>lia para hir ajudar a fundar o Moslei-<br />

do Sacramento <strong>de</strong> Lisboa: e sendo nella Priorcsa, faleceo. Acompa-<br />

hou-a a Madre Soror Isabel <strong>de</strong> Jesu. Diremos <strong>de</strong> ambas, quando che-<br />

trmos com a historia a esta fundação. Dona Estefânia não chegou a<br />

irofessar, senão em <strong>de</strong>zejos, que sendo vehementissimos, e sempre enntrados<br />

das mudanças, e alterações dos tempos, veio a falecer em<br />

la<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zanove annos, <strong>de</strong> numa febre maligna, e na morte recebeo<br />

habito merecido, e em tão pouca vida com muitas, e mui solidas vir-<br />

i<strong>de</strong>s. Foi bom testemunho para a ultima hora, que vendo que acabava<br />

iinecou a cantar a Ave Maria com huma voz tão esforçada, como se es-<br />

ivera sãa, e antes <strong>de</strong> a acabar expirou.<br />

Succeda a estas Madres, quem por segunda Prioresa d'esta casa nos<br />

merece gran<strong>de</strong> memoria, e reverencia, e senão tivéramos que dizer d'eiia<br />

outra cousa, bastante louvor, e honra era buscar-se sua pessoa, para en-<br />

cher o lugar da fundadora, Soror Joanna <strong>de</strong> Ghristo. Esta he a Madre<br />

Soror Isabel da Pieda<strong>de</strong>. Delia se diz, que no dia <strong>de</strong> sua profissão pe-<br />

dio ao suavíssimo esposo das almas Jesu Ghristo, que em arruas d'aquelíe<br />

santo <strong>de</strong>sposorio lhe fizesse tão assinalada mercê, que lhe <strong>de</strong>sse alguma<br />

parte do sentimento das dores <strong>de</strong> sua penosíssima Paixão. Seguio-se o<br />

<strong>de</strong>spacho tanto á medida do requerimento, que passado pouco tempo,<br />

começou a pa<strong>de</strong>cer todas as Sextas feiras infallivelmente hum terrível<br />

acei<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> febre, e frio : frio <strong>de</strong> bater os <strong>de</strong>ntes com excessivo tormento:<br />

febre ar<strong>de</strong>nte, que abrasando-a toda, até o rosto lhe acendia em<br />

fogo. Durava o mal, até que entrava o Sabbado: logo íicava não só me-<br />

lhorada, mas tão sãa, como senão houvera passado trabalho. A continua-<br />

ção do acei<strong>de</strong>nte em tal dia, que muitos annos pa<strong>de</strong>ceo, veio a fazer pu-<br />

blico o que com cuidado encubria, e que já não espantava; porque ha-<br />

via nella outras muitas virtu<strong>de</strong>s, que bastantemente acreditavão o favor

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