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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO RB1KG DE PORTUGAL 251<br />

n/aquella casa a perfeição, e concerto, que ouvia dizer <strong>de</strong> outras do Reino,<br />

não era a culpa d r<br />

ella, nem das súbditas ; porque em todas enxergava<br />

gran<strong>de</strong> espirito, e <strong>de</strong>vação. E quanto á sua pessoa, com <strong>de</strong>zejos, e ora-<br />

ção continua pedia a Deos, lhe abrisse algum caminho com que nâo fi-<br />

cassem atraz no caminho da virtu<strong>de</strong>. Pelo que só via faltar-lhes, que<br />

era Mestres, que as guiassem, e instruíssem. Bastarão estas poucas ra-<br />

zoes, para todas se <strong>de</strong>ixarem persuadir, que lhes cumpria buscar outro<br />

modo <strong>de</strong> vida. Abrio-se então com ellas, <strong>de</strong>u-lhes conta do que tinha<br />

alcançado <strong>de</strong> Roma, e negociado no Reino : e ajuntou, que sua tenção<br />

era, seguirem a Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> S. Domingos. Não passava a Communida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> onze companheiras, e numa d'estas onze irmãa da Prelada: sem <strong>de</strong>ba-<br />

te, nem contenda vierão todas no parecer da Prioresa. Havia já dous annos,<br />

que esta Madre governava a casa, e hia no cabo o <strong>de</strong> 1541 quando na<br />

entrada do mez <strong>de</strong> Novembro, e na conjunção mais viva <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>termi-<br />

çôes, lhe trouxe Deos á villa, como chamado, o Padre Mestre <strong>Fr</strong>ei Je-<br />

ronymo <strong>de</strong> Padilha, Provincial <strong>de</strong> S. Domingos, que proseguindo na<br />

execução <strong>de</strong> seu cargo, chegava ao Convento <strong>de</strong> <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, que a Or<strong>de</strong>m<br />

alli tem, com tenção <strong>de</strong> tomar d'elle o caminho para Roma (como fez)<br />

a se achar no Capitulo geral da eleição, que instava, como atraz tocámos,<br />

líouverão as Religiosas por traça do Ceo tal vinda. Mandão logo visitai o,<br />

e pedir-lhe, queira lançar íiuma benção áquelle Mosteiro. Àcudio o Pro-<br />

vincial, como Religioso, e cortez. E a Prioresa não quiz guardar para<br />

mais longe a <strong>de</strong>claração do fim, para que o chamara. Mostra-lhe o Breve,<br />

que tinha do Pontifico, <strong>de</strong>clara-lhe a conformida<strong>de</strong> com que todas esta-<br />

vão, <strong>de</strong> ser suas súbditas. Aco<strong>de</strong>m todas, pe<strong>de</strong>m-lhe affincadamente,<br />

que pois Deos fora o que em tal tempo ali o trouxera, não queira dila-<br />

tar aceital-as por súbditas; visto como só isso faltava. Era o Mestre<br />

muito pru<strong>de</strong>nte, a matéria <strong>de</strong> si importante, e supposto que <strong>de</strong> pouca<br />

duvida á vista das Letras Apostólicas, <strong>de</strong>terminou proce<strong>de</strong>r com a sua<br />

madureza, e conselho. Respon<strong>de</strong>o, que era estrangeiro, e não lhe seria<br />

bem contado acommeter huma empreza tão nova, sem primeiro enten-<br />

<strong>de</strong>r, se seria do gosto <strong>de</strong>l-Rei. Tirou a Prioresa então do seio o alvará<br />

<strong>de</strong> licença, que atraz dissemos tinha alcançado d"el-Rei, que acharão em<br />

tão boa forma, que não só concedia a licença pedida ; mas <strong>de</strong>clarava, que<br />

se haveria por bem servido <strong>de</strong> qualquer Prelado, que o Mosteiro aceitasse.<br />

Yio-se o Provincial posto em cerco, e com todos os caminhos tomados,<br />

para se po<strong>de</strong>r escusar da aceitação<br />

\ol. ív * 1G<br />

: comtudo quiz meter tempo em meio,

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